“ – Sabes como é que surgiu a Água das Pedras? –
Foi Deus! – Vira-se para os outros, que param para o ouvir. – Deus veio a
Portugal e levaram-no a jantar a uma tasca ao pé de Vidago, lá para os fundos
das Beiras. Creio que já é mesmo Trás-os-Montes.
– Já é em Trás-os-Montes, sim senhora – confirma
Maria João.
– Miolos com ovos mexidos e costeletas de cabrito, tudo regado, vá lá, com um douro tinto. Depois trouxas de ovos, café, aguardente da reserva particular da Cartuxa. No fim disse: “Comi divinamente! Mas quem se alimenta assim todos os dias não leva muito tempo a subir ao meu reino. Então, para agradecer a refeição, vou dar-vos um antídoto.” Fez uma pirueta, pronunciou umas coisas incompreensíveis em latim e bateu com o bordão numa pedra, de onde começou a jorrar a famosa água. Desde aí, só sofre de má digestão quem for descrente ou não tiver Águas das Pedras à mão”
– Miolos com ovos mexidos e costeletas de cabrito, tudo regado, vá lá, com um douro tinto. Depois trouxas de ovos, café, aguardente da reserva particular da Cartuxa. No fim disse: “Comi divinamente! Mas quem se alimenta assim todos os dias não leva muito tempo a subir ao meu reino. Então, para agradecer a refeição, vou dar-vos um antídoto.” Fez uma pirueta, pronunciou umas coisas incompreensíveis em latim e bateu com o bordão numa pedra, de onde começou a jorrar a famosa água. Desde aí, só sofre de má digestão quem for descrente ou não tiver Águas das Pedras à mão”
Extraído do livro “Vista da Praia”, de José
Couto Nogueira
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