Luisa Castel-Branco
Esperei que passasse o dia da
campanha do Banco Alimentar para escrever esta crónica. Queria perceber como
reagiria o povo, o grande público à campanha miserável que alguns comentadores
e bloguistas andaram a fazer sobre a entrevista que Isabel Jonet deu na TV. Se
a estupidez pagasse imposto, Portugal estava óptimo. Mas como é evidente, a
meia dúzia de mentes altamente inteligentes que vomitam o ódio que querem que
trespasse na sociedade portuguesa, não tem nada a ver com o cidadão comum.
A responsável pelo Banco
Alimentar referiu-se a pessoas que como é óbvio pelas suas palavras não são
pobres, mas sim aquelas que se habituaram a viver acima das suas posses e agora
têm de mudar o tipo de vida. Quando a ouvi referir-se ao facto de hoje em dia
lavarmos os dentes com a água a correr em vez de utilizarmos um copo,
apercebi-me que ela tinha toda a razão. Quando eu era nova, hoje tenho 58 anos,
não havia desperdícios. E quando os meus filhos eram bem pequenos e o FMI
esteve pela primeira vez em Portugal, recordo bem como era não conseguir
comprar mais que um litro de leite. Iogurtes nem vê-los. Não tínhamos dinheiro
e não havia bens alimentares, nem gasolina, nem casas para arrendar.
Alguém ainda se lembra desses
tempos? Estamos agora na maior crise que o nosso país já viveu. E eu, como
muitos portugueses, gastei mais do que podia. Teríamos feito diferente se por
acaso soubéssemos o que o Partido Socialista andou a fazer durante dez anos.
Mas só nos mentiram. E agora os maus estão no Governo? Tanta desonestidade intelectual
envergonha-nos.
Título e Texto: Luisa Castel-Branco, Destak, 06-12-2012
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