segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"Se fosse agir por fé, já teria superado toda essa questão do Aerus, iria para um Ashram..."

Paulo Felske de Moura
Não, não concordo que o Presidente da Aprus escreva coisas como "fé é indispensável", pois não podemos colocar todo esse imbróglio na conta do sobrenatural, fé é coisa de foro íntimo, totalmente pessoal, uns têm, outros têm pouca, outros nenhuma, uns têm fé nisso, outros naquilo e assim uns até se sentem superiores do que outros, pelas mesmas razões. Nossa questão é uma questão jurídica, uma questão de Direito, completamente perdida nos meandros imorais da politicagem e de leis inócuas. Bastaria, no nosso caso, citar o Estatuto do Idoso, que, aliás, acho outra imoralidade contradizente, se as leis valessem não precisaríamos de ter nenhum desses "códigos" (ou “estatutos”) que parecem que existem para reforçar o que já está escrito, só que tudo escrito pelos próprios poderes que emitiram as leis, e depois, sabendo que não serão cumpridas, têm que criar códigos para reforçá-las, mas, ao que parece, já precisamos do código que reforça o código, do código que por sua vez é para reforçar um outro código talvez, e ninguém já não sabe mais onde está a cabeça e o rabo do monstro. Sistema Jurídico que se preza não necessita de códigos de consumidores, código de defesa da infância e juventude, estatutos dos idosos. Isso tudo é um engodo, se não lutarmos com as mesmas armas, se contarmos só com fé - fé no quê, afinal? – corremos o risco até de perdermos e acharmos justo, pois já nem sei de que lado estou. Vivo numa espécie de transe de dor. Vivemos num mundo que é só incoerência, o que fez a UE para ganhar o prêmio Nobel da Paz, quando essa União tem o segundo maior orçamento para a guerra no planeta, e ainda assim vi hoje pela TV o Durão Barroso, lá em Oslo, recebendo o prêmio!? Prêmio?! Que absurdo, estamos todos sendo atacados por um monstro sem sabermos onde fica a sua cabeça ou o seu rabo, ou se um fica no lugar do outro, ou se esse monstro nem tem cabeça e rabo, é tudo só confusão. Se fosse agir por fé, já teria superado toda essa questão do Aerus, iria para um Ashram na Índia, me tornaria um faquir, ou viveria por aqui mesmo, acreditando que posso muito bem viver sem os proventos do AERUS que são um direito, e vivendo na certeza de que seria recompensado de alguma forma, em algum outro tempo, e que meus detratores seriam punidos pela ignomínia que nos causam, também em algum tempo e lugar que não se sabe aonde.
Paulo Felske de Moura, 10-12-2012

Entrada do 'Ashram' dos Beatles. Foto: daqui
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2 comentários:

  1. faço minha as suas sabias palavras. quando nao se ha como argumentar com a razao....so a fe salva....
    por isso esse "surto" de igrejas vendendo fe e outras coisas mais...
    grande abraco Claudia Bulcao

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  2. Todos nós, estamos vivendo tempos difíceis. Se já procuramos a justiça para reivindicar nossos direitos e não conseguimos, só nos resta a fé...
    Se tivéssemos lidando com empresários e políticos honestos, não seria necessário sequer, entrar na justiça.
    Pois a aposentadoria privada estaria garantida.
    Então oremos sem cessar
    JANDA

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