João César das Neves
As eleições deste ano estão
dominadas por um assunto insólito, que só surge por falta de cultura
democrática. A aplicação dos princípios mais básicos da civilização chegaria
para eliminar a questão dos dinossauros autárquicos.
A introdução de limites nos
mandatos das Câmaras Municipais é justificada por, sobretudo em meios pequenos,
o presidente da edilidade ter facilidade em usar essa posição para se perpetuar
no poder. Mas é bom não esquecer que, mesmo aceitável, a medida constitui em si
mesma uma forte perversão da democracia.
Não só ela parte da
desconfiança que o eleitorado saiba aquilo que quer, ou seja uma suspeita do
próprio processo eleitoral, mas ela limita os direitos mais fundamentais de
eleger e ser eleito.
É evidente que toda a
justificação da medida cai por terra se o candidato se apresentar numa Câmara
em que não é presidente. E portanto não está em vantagem. Aí ele é um novato,
não um dinossauro.
Curiosamente, a verdadeira
justificação do debate é precisamente a oposta daquela que é apregoada. O real motivo é o medo que deles têm os
concorrentes. Ou seja, o problema é que os os dinossauros, afinal, em vez
de serem animais extintos, se podem
revelar muito elegíveis.
Título e Texto: João César das Neves, Destak
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-