quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Não importa o que você fala, quem te odeia te odeia sempre"

Caro Prof. Pondé,
Concordo com quase tudo que você escreve. Gosto muito de sua lucidez, coisa rara em ambientes acadêmicos.
Li o seu último texto, "Uma nova ciência da moral", e embora tenha concordado com o que você disse, eu tenho algo a lhe sugerir.
Como você sabe, os seres humanos são muito mais levados pelas paixões do que pela razão. E, por isso, não basta termos o melhor argumento, temos que apresentá-los de forma persuasiva. Você sabe muito bem o poder que rótulos como "democracia" ou "igualdade" têm. Na maioria das vezes, escondem os sistemas mais totalitários que existem.
À luz disso, queria lhe dizer que não gostei das palavras "Como se escandalizar com o óbvio? Quem foi que disse que as mulheres não gostam de se sentirem vagabundas no sexo? Só quem, mui catolicamente, imaginou que querer ser tratada como vagabunda no sexo fosse fruto de opressão machista." Porque acredito que elas sejam contraproducentes, gerando no leigo um sentimento de aversão às suas ideias - por mais corretas que elas possam estar.
"Nossa, como esse Pondé é machista! Reacionário!".
Acho que isso é contraproducente à causa que você defende e, portanto, não é sábio usar tais palavras. A minha sugestão é que expresse a mesma ideia, mas com palavras que não gerem tanta aversão no público.
É isso.
Vitor Grando Pereira, 27-02-2013, 10:08

Caro Vitor
Obrigado pelo seu e-mail.
Quando você trabalha na mídia você aprende uma coisa: não importa o que você fala, quem te odeia te odeia sempre. Nao há objetividade, por isso, escrevo o que acredito e não me importa o que aqueles que querem falar mal de mim pensam. Aliás, esse medo é o que quase acabou com o jornalismo opinativo no Brasil.
Abraço e obrigado,
Luiz Felipe Pondé, Colunista Ilustrada Folha de S Paulo, 27-02-2013, 11:44

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