'Pequena' comitiva
Alguém pode me informar o
total das despesas da "modesta" comitiva que foi a Roma para assistir
à inauguração do pontificado do humilde papa Francisco? E os gastos com os
cartões corporativos serão abertos ou continuam segredo de Estado? Notem que o
papa pediu que não se fizessem gastos extraordinários para assistir à sua
primeira missa. Sugiro que os brasileiros flagelados de Petrópolis, da Baixada
Fluminense e do Nordeste escrevam para Roma e contem ao Papa como este governo
cuida bem dos seus pobres.
Humildade
Enquanto dona Dilma Rousseff,
presidente de um país onde nordestinos comem ratos para saciar a fome, leva uma
enorme comitiva a Roma e ocupa dezenas de quartos de hotel, o Papa Francisco
declara que os aposentos papais são um exagero, comportariam umas 300 pessoas,
e anuncia que vai ocupar apenas uma parte suficientemente necessária, eu me
ponho a pensar: será que o povo que vem sendo enganado com essa maracutaia
chamada Bolsa-Família se sente classe média mesmo e acredita no imenso coração
de Lula e Dilma, a dama do Brasil carinhoso?
Um cargo espinhoso
Não conheço pessoalmente a
presidente Dilma nem nenhum dos membros da imensa comitiva presente em Roma.
Mas mesmo não conhecendo pude observar que o rosto deles estava triste e
mostrava preocupação, embora tentassem disfarçar demonstrando alegria e
descontração. Não deve ser fácil para 52 brasileiros abnegados estarem tão
distantes de seus compatriotas que, no momento, estão desabrigados e morrendo
nas enchentes das cidades do Estado do Rio de Janeiro e do litoral de São
Paulo. Também não deve ser fácil para a presidente dormir tranquila, num hotel
dos mais caros de Roma, sabendo que tantos brasileiros estão amontoados em
abrigos sem a menor condição de oferecerem um mínimo de dignidade e conforto. E
certamente essa intranquilidade só aumenta quando Dilma se lembra (?) de que
dois anos atrás ela prometeu construir 6 mil casas para os desabrigados daquela
tragédia que se abateu sobre as cidades serranas do Rio. Como deve ser
espinhoso o cargo de presidente!
A diferença que faz
Segundo o papa Francisco, sua
missão pelo mundo é pregar a simplicidade e o amor aos pobres. O presidente dos
EUA, Barack Obama, e a primeira-dama não têm a menor cerimônia em se hospedar
na embaixada americana em qualquer país que visitam. Já a comitiva da
presidente do Brasil usou 52 quartos e 17 veículos. Sem contar que dona Dilma,
quatro ministros, assessores e seguranças ficaram hospedados no hotel Westin
Excelsior, um dos endereços mais sofisticados de Roma. Por curiosidade, a
diária da suíte presidencial custa cerca de R$ 7.700, enquanto o quarto mais
barato fica por R$ 910. A frota alugada foi de sete carros com motorista, um
carro blindado de luxo, 4 vans executivas para 15 pessoas, um micro-ônibus e um
veículo para os seguranças. Para transportar as bagagens Dilma contratou um
caminhão-baú e dois furgões. Para a volta, deve ter fretado uns cinco aviões.
Essa a diferença que faz. Enquanto o Papa andou em meio ao povo, esses desconhecidos
em Roma se fazem de importantes, usam o poder, o luxo e a vaidade, coisas
desprezíveis pelo Papa Francisco. Verdadeiras baratas que nunca comeram melado
e, quando comem, se lambuzam. Brasil, um país de tolos!
Real preocupação
A nossa presidente mostrou a
sua real preocupação com os moradores de Petrópolis: destinou praticamente a
mesma verba (R$ 41,2 mil) para a região que gastou com a viagem (ela e
comitiva) de posse do Papa.
Mordomias inexplicáveis
Não é aceitável que um país
pobre e com inúmeras carências proporcione mordomias a tantos parasitas com a
desculpa deslavada de que foram participar da entronização do papa Francisco.
Isso é vergonhoso e só uma republiqueta como esta pode conviver com esses
abusos. Até quando vamos continuar assistindo a tudo isso sem reagir? Será que
o Ministério Público poderia exigir alguma explicação? Ou tudo vai ficar por
isso mesmo? Acho que sim, pois nem se fala mais na Rosemary Noronha, aquela que
viajava como clandestina com o sr. Lula.
Passou o perigo
Quando a Igreja Católica
elegeu Jorge Mario Bertoglio sucessor de Bento XVI, soube-se logo tratar-se de
um jesuíta, ordem pertencente à Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de
Loyola. Fui tomada por um medo terrível de que ele escolhesse para o seu papado
o nome do criador daquela sociedade religiosa. Já pensou num papa Inácio? Quem
é que iria convencer o “home” que a escolha do nome não tinha nada que ver com
ele?
Rêmoras
Sabem aquele peixinho que nada
sempre grudado ao corpo do tubarão? Não faz absolutamente nada, come sem fazer
força, viaja “de graça” e está em todas? Vendo as fotos publicadas da
estratégica e importantíssima viagem de nossa presidente e sua comitiva ao
Vaticano, não sei o porquê de me lembrar desse peixinho!
Orações
Barack Obama chega a Israel,
desce do avião sozinho. Dilma Rousseff vai a Roma ver o papa, acompanhada de
pecadores: o ex-seminarista Gilberto Carvalho, coordenador do mensalinho de
Santo André, onde resultou a execução de Celso Daniel; o aloprado Aloizio
Mercadante, especialista em caluniar adversários; Antonio Patriota, defensor
dos ditadores sanguinários, amigos/irmãos do ex-presidente Lula. Sem dúvida o
papa Francisco deve ter pensado: o Brasil precisa de muito mais orações do que
a minha Argentina.
Resposta fácil
Nossa presidente Dilma tem
sempre uma resposta pronta para as questões em que vai ser acusada de falhar. A
questão dos deslizamentos de terras no Rio de Janeiro é um exemplo acabado.
Numa resposta extremamente inteligente, recomendou que não se construa em áreas
de risco. E só! Fica a impressão de que ela procede de algum outro distante
país e aqui defrontou-se com uma catástrofe inusitada. “O que fazem esses
brasileiros que deixaram isso acontecer?” Não está informada que há 50 anos
autoridades foram informadas por técnicos de que a Serra do Mar é um terreno
extremamente instável e que ali os índices pluviométricos são elevadíssimos.
Que em 2011 houve grandes deslizamentos com 900 vítimas humanas quando a
presidente da República e o governador do Estado prometeram a construção de 600
moradias para os desabrigados, que não aconteceu. Não está informada de que o
orçamento federal para esses casos foi parcamente utilizado e que as
autoridades locais não só não têm técnicos capacitados para isso, como usam
como desculpa: o problema vem de longo tempo. E que, provavelmente, brasileiros
cumprem prazos e promessas somente em se tratando de estádios de futebol.
Fabio Figueiredo - fafig3@terra.com.br
- São Paulo
Recebido de Waldo Vianna, 26-03-2013
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