quinta-feira, 21 de março de 2013

[Varig/Aerus] Sete não é o número da sorte

José Carlos Bolognese
No começo dos anos 70, voando regularmente para Manaus, ouvi uma história curiosa sobre uma estrada chamada “Manaus-Manaus”. Mal planejada por um governador demagogo – raridade no Brasil – a rodovia que precisava de terreno firme, tinha de desviar dos igarapés e de tanto fazer desvio, acabou retornando ao ponto de origem. No país da jabuticaba essas lendas recorrentes de cachorro correndo atrás do rabo são parte da nossa cultura.
A gente pode até rir quando essas lendas se resumem ao folclore. O problema é quando somos personagens involuntários delas e tudo conspira para que não possamos sair desse labirinto e cada um viver sua vida em pleno direito.
Agora somos nós variguianos, sofrendo neste círculo vicioso de ações, processos e liminares que persistentemente nos despacham sempre ao ponto de partida. Com o agravante de a cada retorno ao começo da fila, voltarmos mais cansados, desiludidos e em menor número.
Hoje, 20 de março, já faz um mês que a turma for ver o Joaquinzão e saiu soltando foguete. Trinta dias para nós são trinta dias de sofrimento, mas para o governo e o judiciário, não valem nem o troco de uma passagem de ônibus. Não há mais a menor dúvida de que o bolo de fel com cobertura de cicuta vai receber a velinha número sete no próximo dia 12 de abril. O que revela a mediocridade das instituições desse país e o desprezo de suas “autoridades” a tudo que tem a ver com trabalhadores e aposentados.
Não fazer as coisas no tempo certo e com os recursos bem administrados, está se tornando a marca registrada, a “griffe” deste medíocre “governo” nos útimos dez anos. Se eles estudassem a história, isto é, se tivessem algum respeito por ela, saberiam que quando os americanos pisaram na Lua em 20 de julho de 1969, fazia menos de sete anos que o presidente John F. Kennedy havia feito este discurso, em 12 de setembro de 1962:
Acredito que esta nação se deve comprometer em atingir o objetivo, antes do final desta década, de colocar um homem na Lua, e trazê-lo de volta a salvo”.
Aqui, ao contrário, em dez anos destruíram três grandes empresas aéreas e deixaram milhares de trabalhadores e aposentados na miséria.
Talvez a nossa saída fosse fazer uma vaquinha e comprar uma sucata de refinaria de petróleo em alguma biboca do planeta e vender à Petrobrás por umas quinze mil vezes o preço do custo. Se não der pra salvar nossa aposentadoria com essa atitude patriótica, aí só nos resta mandar rezar uma missa para o queridão “delles”, El Chapolin Bolivariano, Chávez! Segundo o motorista de ônibus que sentou na boleia no lugar dele, o beiçola “se fué un poquito antes”, para garantir a escolha de um Papa sul-americano, por supuesto!
O não faria El Comandante por nosotros?

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