No começo dos anos 70, voando
regularmente para Manaus, ouvi uma história curiosa sobre uma estrada chamada
“Manaus-Manaus”. Mal planejada por um governador demagogo – raridade no Brasil
– a rodovia que precisava de terreno firme, tinha de desviar dos igarapés e de
tanto fazer desvio, acabou retornando ao ponto de origem. No país da jabuticaba
essas lendas recorrentes de cachorro correndo atrás do rabo são parte da nossa
cultura.
A gente pode até rir quando
essas lendas se resumem ao folclore. O problema é quando somos personagens
involuntários delas e tudo conspira para que não possamos sair desse labirinto
e cada um viver sua vida em pleno direito.
Agora somos nós variguianos,
sofrendo neste círculo vicioso de ações, processos e liminares que
persistentemente nos despacham sempre ao ponto de partida. Com o agravante de a
cada retorno ao começo da fila, voltarmos mais cansados, desiludidos e em menor
número.
Hoje, 20 de março, já faz um mês que a turma for ver o Joaquinzão e saiu soltando foguete. Trinta dias para
nós são trinta dias de sofrimento, mas para o governo e o judiciário, não valem
nem o troco de uma passagem de ônibus. Não há mais a menor dúvida de que o bolo
de fel com cobertura de cicuta vai receber a velinha número sete no próximo dia
12 de abril. O que revela a mediocridade das instituições desse país e o
desprezo de suas “autoridades” a tudo que tem a ver com trabalhadores e aposentados.
Não fazer as coisas no tempo
certo e com os recursos bem administrados, está se tornando a marca registrada,
a “griffe” deste medíocre “governo” nos útimos dez anos. Se eles estudassem a
história, isto é, se tivessem algum respeito por ela, saberiam que quando os
americanos pisaram na Lua em 20 de julho de 1969, fazia menos de sete anos que
o presidente John F. Kennedy havia feito este discurso, em 12 de setembro de
1962:
“Acredito que esta nação se deve comprometer
em atingir o objetivo, antes do final desta década, de colocar um homem na Lua,
e trazê-lo de volta a salvo”.
Aqui, ao contrário, em dez
anos destruíram três grandes empresas aéreas e deixaram milhares de
trabalhadores e aposentados na miséria.
Talvez a nossa saída fosse
fazer uma vaquinha e comprar uma sucata de refinaria de petróleo em alguma
biboca do planeta e vender à Petrobrás por umas quinze mil vezes o preço do
custo. Se não der pra salvar nossa aposentadoria com essa atitude patriótica,
aí só nos resta mandar rezar uma missa para o queridão “delles”, El Chapolin
Bolivariano, Chávez! Segundo o motorista de ônibus que sentou na boleia no
lugar dele, o beiçola “se fué un poquito antes”, para garantir a escolha de um
Papa sul-americano, por supuesto!
O não faria El Comandante por
nosotros?
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 20-03-2013
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-