Nos humanos a procura pela
felicidade é tão importante que provavelmente jamais tenhamos visto uma pessoa
que, de uma forma ou de outra, não a estivesse buscando.
Passamos grande parte de
nossas vidas caminhando em determinada direção, imaginando que assim o fazendo
chegaremos a algum lugar onde seremos mais felizes do quem hoje somos.
Interessante como nossa visão
de felicidade é a de encontra-la em algo, lugar ou alguém que, pensamos, poderá
nos proporcionar prazeres e satisfações ainda não conseguidos, ou que
preencherá plenamente nossos corações.
Durante essa procura, muitas
vezes erramos, sorrimos ou choramos, mas continuamos buscando, pois, realmente,
encontrar a felicidade ao lado de alguém não é uma tarefa conseguida por
muitos.
Há ainda os materialistas, que
imaginam só serão felizes se estiverem morando em casas enormes, com belos
carros na garagem, consumindo bebidas, roupas e acessórios das lojas mais renomadas
e frequentemente promovendo festas para seus “amigos”, que em sua grande
maioria os criticam dentro de suas próprias casas.
São pessoas pequenas, sem
nenhuma autoconfiança, que imaginam ser queridas por aparentarem bens matérias
quando, sabemos, as pessoas que frequentam esses ambientes só estão ali para se
aproveitar da festa, música, alimentos ou do glamour, mas nunca em busca de uma amizade verdadeira.
Usufruem o que comeram,
beberam e ouviram, mas saem do local criticando o tempero ou a quantidade dos
alimentos servidos, a qualidade da bebida ou a seleção musical tocada durante o
evento. Por maior e melhor que tenha sido o cuidado do promotor para que a
festa fosse perfeita, sempre haverá os insatisfeitos com algum detalhe.
Para essas pessoas a aparência
e o ter normalmente são muito mais importantes que o ser, pois pelo tamanho de
sua inteligência, não conseguem enxergar que durante toda a vida, a única coisa
que realmente e permanentemente lhe pertence é sua sombra. Todo o resto é
passageiro.
Nossos bens materiais podem
ser perdidos em um único negócio mal feito. O físico muda diariamente e, apesar
de toda a tecnologia hoje existente, que nos permite “comprar” o que já caiu,
ele jamais será o mesmo. A própria cultura, adquirida durante décadas passa a
ser perdida, falha, esquecida.
Os anos já se foram, a saúde
já não é a mesma, os reflexos são mais lentos, muitas coisas já não podem ser
realizadas, mas ao buscar a felicidade em outros locais e junto a outras
pessoas nos tornamos tão cegos que acabamos não conhecendo nossa própria
sombra, que nunca nos abandonou ou abandonará.
Assim é a felicidade. Pode
estar tão próxima que não a enxergamos. E isso ocorre principalmente porque não
conhecemos a nós mesmos. Não sabemos objetivamente onde, como, com quem ir, e o
que realmente pretendemos de nossas vidas.
É necessário buscar, antes de
tudo, nosso autoconhecimento, entendermos o que já fomos, fizemos e o que
pretendemos ser. Só conhecendo a si próprio é que teremos a oportunidade de
realmente fazer nossas escolhas.
A felicidade de cada um só poderá ser encontrada em seu próprio
interior e somente poderá ser compartilhada com alguém que também já a tenha
encontrado.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, Jornalista e
Empresário
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