Sabe, meu caro cão viciado, eu
acho que o único direito que esses pervertidos imorais têm é de dar a rosquinha. Deixemo-los portanto dando suas rosquinhas e que não nos
incomodem, senão o couro come!
Me lembrei agora de um fato.
Um fato é um acontecido. Um acontecido é um episódio na vida de alguém... como
é complicado esse idioma português... é português mesmo!
Um sitiante (sitiante
significa morador em um sítio, não confundir com um site) tinha um vizinho por cuja mulher nutria uma paixão
avasaladora. Entretanto, dado o respeito que impera entre essas pessoas simples
que moram na roça (roça significa mato, morar no mato feito bicho), não tinha
coragem de revelar sua paixão para o objeto de seus desejos. Ou talvés fosse
por medo do vizinho saber porque entre essa gente questões de traição são
resolvidas à bala ou na peixeira (peixeira é um objeto pontiagudo e cortante,
feito de aço com um cabo de madeira, muito usado no nordeste brasileiro para
matar desafetos).
Well, certo dia o vizinho lhe
apareceu e falou:
- Cumpade (eram compadres,
veja só!), eu vou viajá prá capitá a fim de visitá uma irmã. Acontece que minha
jumenta vai entrar no cio quarquer dia desse e eu gostaria que seu jumento
emprenhasse ela.
O jumento (jumento, mesma
coisa que jeque ou asno) do compadre era famoso na região e muito requisitado
para cruzar, pois era um garanhão magnífico e bom de trabalho. O compadre
apaixonado pela mulher do outro, respondeu:
- Num se faça de rogada, minha
cumade! Estou aqui prá lhe servi em tudo!
Nesse “em tudo” estava
embutida toda a sua maldade.
O compadre viajou e dois dias
depois a mulher foi ao sítio do vizinho e lhe disse:
- Cumpade, a jumenta entrou no
cio. Conforme meu marido combinou com cê, precisa levar seu jumento lá para
cruzar com ela.
- Agora mesmo, minha cumade!
Vou pegar o jumento.
Pegou o jumento pelo cabresto
e lá se foram os dois até o sítio do visinho. Lá a jumenta já estava presa num
curral cuja porteira foi aberta e o dito cujo introduzido. Você pode muito bem
imaginar uma cena como esta: uma jumenta no cio e um jumento carente, pois o
apaixonado pela comadre, de propósito, tinha deixado o bricho sem satisfazer
suas necessidades sexuais por dois longos meses já esperando por isto.
Mal foi introduzido no curral,
o jumento partiu para cima da jumenta com o mastro em riste e ai eu não preciso
lhe dizer o que aconteceu.
Diante do quadro que se
desenhara aos olhos dos dois, o compadre falou:
- Cumade, a gente vê uma coisa
dessa e dá uma vontade danada, não é?
A comadre, de bate pronto,
respondeu:
- Ô, cumpade, o jumento é seu,
o cu é seu, qual é o problema? O que está esperando?
Otacílio Guimarães, 04-05-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-