sábado, 25 de maio de 2013

Pérolas – uma causa fracturante

Vítor Cunha

Pérolas. Uma dádiva da natureza ou a exploração de mergulhadores? Mulheres e homens, sujeitos a condições sub-humanas (e marinas), mergulhando por 90 ou 120 segundos sob permanente risco de morte para mero deleite de ricos burgueses capitalistas do mundo ocidental… E destes, quem fala destes mártires do capitalismo?
O que torna uma sociedade vulnerável a este mercado neoliberal, a esta economia de casino e à exploração do homem pelo homem, vendendo a dignidade de uns pela vaidade de outros?
Toda a gente conhece os perigos da exploração do homem pelo homem, nas Chinas e Bangladeshes deste mundo. Pessoas exploradas por T-Shirts com o Che Guevara estampado, com as mãozinhas em risco de deformação irremediável, síndrome do túnel carpal ou pior, espondilose de arrozal; gente que recebe indignamente, oprimida por maleitas que empestam este universo em que a dignidade de uns é prostituída por uma míngua de pão ázimo ou 200 dólares por mês. Ou algo assim.
Dos mergulhadores das pérolas, sujeitos a terríveis condições de trabalho, talvez inconstitucionais, morrendo nos países capitalistas como a Austrália, sem sindicato, sem apoio jurídico-constitucional, disso ninguém fala. Este flagelo, que tanto assola mergulhadores hetero como homossexuais, esta vergonha colonialista, imperialista, redutora aos padrões hegemónicos ocidentais, é um pacto de agressão imposto por este sistema capitalista com fim anunciado.
É preciso combater esta iniquidade. Revolta-te, camarada. Diz não às pérolas.
Título, Imagem e Texto: Vítor Cunha, Blasfémias, 24-05-2013

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