A dupla Antônio Carlos e
Jocafi, totalmente desconhecida pela juventude atual, mas muito famosa quando
eu era jovem, fez muito sucesso com uma música cujo refrão era: “Você abusou, tirou partido de mim, abusou”.
“Mas não faz mal, é tão normal ter desamor, é tão cafona, é sofredor,
que eu já nem sei se é meninice ou cafonice o meu amor”, dizia a letra.
Hoje observo como essa letra
está atualíssima, pois, realmente, na sociedade em que vivemos, parece ser
cafona e sofredor amar alguém. O normal é ter desamor, não se apegar a nada ou
ninguém.
Falar de amor, declarar-se
apaixonado então, parece ser algo inimaginável atualmente, em virtude de “Se o quadradismo dos meus versos vai de
encontro aos intelectos, que não usam o coração como expressão”.
“Você abusou, tirou partido de mim, abusou”, parece ser o único
sentimento possível de ser recebido pelos que, como eu, ainda pensa sobre e
procura um amor verdadeiro, como o daqueles tempos, quando se buscava uma
companheira para conosco permanecer até o apagar das luzes.
“E me perdoe se eu insisto
nesse tema, mas não sei fazer poema ou canção que fale de outra coisa que não
seja o amor”, continua a letra, exatamente como eu diria àquelas que,
atualmente, desprezam um verdadeiro amor.
Outro dia, em uma rede social,
li que atualmente, “Os homens querem casar e as mulheres querem transar”, ou
seja, está ocorrendo uma inversão enorme de valores entre os da minha geração e
os da atual.
Mesmo que não seja para
literalmente “transar”, parece que as mulheres – apesar de reclamarem do
inverso -, estão mesmo é procurando sair, dançar e beber sem nenhum
compromisso, sem se apegar a alguém.
Dão mais importância às saídas
com suas amigas, colegas ou parentes do que com um pretendente a ser seu amor.
Não pensam em seu futuro. E esse, penso, será o maior problema das que assim
agem.
O tempo da diversão também
pode ser curtido com um parceiro, e não exclusivamente com pessoas com quem não
possua nenhum relacionamento amoroso. Esse tempo passará, elas se cansarão,
procurarão um ambiente mais caseiro e aí, certamente você estará só. Seus
filhos e netos estarão levando a própria vida e as atuais “amigas” já não
estarão mais interessadas em noitadas, danças ou bebidas.
São fases da vida daqueles que
não pensam em seu futuro e não poderão ser revertidas quando, já com mais
idade, os interesses serão outros, mas não terá com quem viver maravilhosamente
tão bem, como os que escolheram estar ao lado de alguém com quem construíram
uma história, têm o que conversar e do que se lembrar.
Entretanto, a grande maioria
não pensa assim e continua dançando e bebendo cada dia com um, sem pensar no
amanhã e muitas vezes até zombando da minoria, que pensa diferente. Mesmo que
de mim tirem partido, prefiro fazer parte desse pequeno grupo, dos eternos
apaixonados.
E deixar que “o quadradismo dos meus versos vá de encontro
aos intelectos, que não usam o coração como expressão”.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 17-05-2013
É, prezado João Bosco, vale, cada vez mais, o ditado: 'antes só do que mal acompanhada', ainda bem que as mulheres abriram os seus olhos a tempo e perceberam que não podem mais deixar-se enganar por lindos versos e olhares enganadores! O tempo do lobo mal e do chapeuzinho vermelho ganhou novos ares e interesses.
ResponderExcluirVerônica