terça-feira, 11 de junho de 2013

As emboscadas socialistas da "integração latino-americana"

Embaixador J. Eduardo Ponce Vivanco
O ‘simpático Lula’, ícone das camaleônicas esquerdas do século XXI, chegou a Lima num avião particular da Odebrecht, a ‘rainha’ das construtoras brasileiras. Ao chegar, compartilhou de uma cena íntima com o casal governante em palácio, onde seus ‘conselhos’ devem ter sido a melhor sobremesa para seus inexperientes anfitriões. Depois acompanhou o Presidente peruano na inauguração de um importante encontro empresarial peruano-brasileiro.
Os dois discursos foram significativos e evidenciaram que a “integração" nas Américas se converteu numa barafunda: UNASUL, CELAC, MERCOSUL, ALBA e PETROCARIBE são siglas que coexistem com as da OEA, ALCA, SELA, ALADI, OLADE, CAN, SICA, CARICOM, entre outros acrônimos sobreviventes da velha onda latinoamericana.
Lula se vangloriou de ter ‘assassinado’ o projeto de integração econômica, mais amplo e ambicioso: a ALCA (Aliança de Livre Comércio da América), um acordo continental de livre comércio que incluía os EUA e o Canadá. Destacou seus cúmplices – Chávez e Kirchner – e apontou a cena do crime: a Cúpula das Américas em Mar del Plata (2005). Mas não confessou que seu objetivo real era desviar o comércio internacional mediante acordos para assegurar o predomínio político e econômico do cone sul, com o “nobre pretexto de salvar a região do neocolonialismo ianque”.
Afirmou que a América do Sul é a prioridade do Brasil, porque não haverá “integração latinoamericana” enquanto o México tiver uma relação econômica tão intensa com os EUA. A UNASUL é, pois, a primeira linha de uma espécie de “exército popular de libertação” daquilo que a ALBA chavezista chama de "o império".
A operação revolucionária dos esquerdopatas, conduzida pelo Foro de São Paulo (que a grande mídia da região insiste em ignorar), consiste em manipular o intercâmbio para pô-lo a serviço da política (e não dos interesses dos consumidores e produtores, como deve ser).
O Presidente Humala respondeu bem e à altura ao destacar a Aliança do Pacífico, que até no Brasil é mostrada como “a nova estrela da integração”, comparando o novo bloco latinoamericano com os demais existentes e que não passam de sistemas protecionistas falidos, como o MERCOSUR, ou insignificantes, como a CAN.
Antes da visita de Lula, Morales, Maduro e Ortega rugiram como feras, porque a Colômbia quer cooperar com a OTAN para a sua segurança nacional bem como para a vigilância da Amazônia colombiana. Evo exigiu a convocação de uma reunião urgente da UNASUL para freiar Santos.
Embora os esclarecimentos de Bogotá tenham acalmado a gritaria esquerdopata sulamericana, La Paz ainda insiste formalmente na convocatória da UNASUL. Este incidente evidencia que o verdadeiro objetivo da UNASUL é o de uma “integração política" – e não econômica, como inicialmente se propôs – que condicione as decisões soberanas de seus membros à pressão da maioria dominante de estados de esquerda. O Peru, a Colômbia e o Chile – este último já incluído na lista de países desenvolvidos – se encontram numa situação claramente minoritária frente à visão chavezista que se pretende impor em quase todos os campos de atividade nacional.
Trata-se de uma situação que, seguramente, não pode ser antevista por quem negociou o Tratado Constitutivo dessa invenção sulamericana que tem crescido ao ritmo cardíaco do ‘bolivarianismo’, empenhado agora em levar Lula para a Secretaria Geral da UNASUL (Correa acaba de lançar sua candidatura em Quito); uma posição chave para consolidar a CELAC, "comunidade" latinoamericana que se tem entregado aos cuidados de Raúl Castro, o monárquico ditador da paupérrima ilha socialista de Cuba.
Não vislumbramos a realidade. A cada dia se torna mais urgente resistir e  coibir os avanços de todas estas estruturas opressivas e mal intencionadas destinadas a fazer prevalecer o “sucialismo”* da região, exercitando o sagrado direito de dizer "NÃO", de desmascarar e evitar consensos que não convenham ao interesse nacional peruano ou de qualquer outro país que queira continuar soberanos para tomar suas próprias decisões.
Ao mesmo tempo, é vital que mantenhamos o critério de afinidade num sistema de integração econômica que tenha tido êxito, como a proporcionada pelo novo bloco da Aliança do Pacífico, bloqueando a penetração de ‘cavalos de Troia, grandes ou pequenos, como essa ação de Lula, em Lima, orquestrada pelo Foro de São Paulo.
A integração será mais forte entre aqueles países que buscam objetivos convergentes e que coincidem na idoneidade dos meios para consegui-la, especialmente se estão convencidos de que a democracia é uma soma reciprocamente enriquecedora da liberdade política e da liberdade econômica, garantidas pelo império do Estado de Direito, pré-requisitos que passam longe das metas socialistas.
Título e Texto: Embaixador J. Eduardo Ponce Vivanco, no jornal peruano “Correo”, 10-06-2013
Tradução: Francisco Vianna

Um comentário:

  1. Não é ruim como eu pensava. É muito pior. Enquanto esses palhaços estiverem aboletados no poder esses países Sul-Amerisquerdos não vão passar de países terceiro-mundistas vagabundos.
    José Manuel

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