sábado, 15 de junho de 2013

Brasil está pronto para o ensaio geral mas atrasado para o dia da estreia

Marco Vaza
A Taça das Confederações arranca neste sábado, mas a um ano do Campeonato do Mundo de 2014 metade dos estádios que vão receber a competição está ainda por concluir.

Estádio Fonte Nova, Salvador, foto: Reuters
Um evento de média dimensão que começa neste sábado, um de dimensão planetária que começa daqui a um ano e outro de escala igualmente gigante para 2016. O Brasil vai ser o centro desportivo do mundo nos próximos três anos recebendo, sucessivamente, a Taça das Confederações, o Mundial de futebol e os Jogos Olímpicos. "Uma grande oportunidade para o Brasil mostrar que é capaz de organizar grandes eventos e respeitar os seus compromissos", dizia Pelé há poucos dias. Mas o grande astro brasileiro não está 100% optimista. "Os estádios e as infra-estruturas preocupam-nos um pouco. Mas os problemas vão sendo resolvidos pouco a pouco e tudo se vai encaixando."

Sim, as peças estão a encaixar-se, mas irão formar um edifício sólido a 12 de Junho de 2014, quando a bola estiver a rolar no relvado do Arena Corinthians, em São Paulo, durante o jogo de estreia do Mundial? A um ano do início do torneio, os seis recintos da Taça das Confederações estão prontos, os outros seis estão por terminar, assim como muitas das infra-estruturas de apoio ao evento, entre aeroportos e outras vias de transporte. Em relação aos estádios, a convicção é que tudo estará pronto até Dezembro próximo. "Isso vai acontecer. Não há plano B, não há outra solução a não ser ter os 12 estádios", declarou na quarta-feira Jeróme Valcke, secretário-geral da FIFA.

Para a Taça das Confederações, que se inicia neste sábado em Brasília no Estádio Mané Garrincha com um Brasil-Japão, os estádios ficaram prontos fora do prazo inicialmente estabelecido (Dezembro do ano passado), e dois deles (Brasília e Maracanã, no Rio de Janeiro) tiveram os seus primeiros jogos-teste há um mês - os outros que já estão concluídos são o Mineirão, de Belo Horizonte, o Fonte Nova, de Salvador, o Pernambucão, de Recife (inaugurado pelo Sporting), e o Castelão, de Fortaleza. Mas estar pronto não quer dizer estar totalmente funcional. O Brasil-Inglaterra do início de Junho esteve quase a ser cancelado por dúvidas sobre se as condições de segurança do Maracanã estariam garantidas.

Do que não há dúvidas é que tudo começou a ser feito demasiado tarde e que, por isso, os custos dispararam. O organizador do Mundial 2014 foi anunciado em Outubro de 2007 e só 18 meses depois é que foram anunciadas as cidades-sede, e só em Outubro de 2011 é que o Arena Corinthians (o Itaqueirão) foi confirmado como o recinto paulista do Mundial - Jerôme Valcke chegou a admitir no mês passado que poderia alterar o calendário e retirar o jogo de abertura ao estádio paulista numa altura em que havia dúvidas em torno do financiamento da obra.

"O Governo brasileiro vê agora que interveio demasiado tarde e que existem dificuldades financeiras", admite Pelé. Só no que diz respeito aos estádios, os custos subiram de 1900 milhões de euros para 2500 milhões. Para além do Itaqueirão, estão ainda atrasados o Beira Rio (Porto Alegre), o Arena de Dunas (Natal), o Arena da Baixada (Curitiba), o Arena Pantanal (Cuiabá) e o Arena da Amazónia (Manaus).

Entre preocupações com as obras, a violência no país, as acessibilidades e o preço dos bilhetes, mais uma selecção brasileira que não entusiasma, o Brasil (e o resto do mundo) espera nada menos que o melhor Mundial de futebol de sempre. Palavra a Dilma Rousseff, Presidente. "Tenho a certeza de que o Brasil vai brilhar dentro e fora do campo. Vamos mostrar a todos os que vierem acompanhar os jogos que nós sabemos receber. Tenho a certeza de que todos os que nos vierem visitar vão apaixonar-se e vão querer voltar."
Título e Texto: Marco Vaza, Público, 15-06-2013

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