quarta-feira, 12 de junho de 2013

Diretor do fundo de resgate do euro avisa que seria um erro se Portugal abandonasse agora a estratégia de austeridade

Em entrevista à TVI, Klaus Regling,  que preside aos fundos de resgate do euro (FEEF/MEE), elogia os esforços que estão a ser feitos pelo país e prevê que o ajustamento da economia nacional dure mais dois a três anos. 

“Sei que quando um país está no meio da crise, a população, frequentemente, pensa que isto não vai acabar nunca. É característico de uma crise, não se sabe quando acaba. Mas eu estou convencido que não vai durar uma década, porque deveria? Metade ou mais de metade já foi atingido, por isso, este período de ajustamento não vai durar para sempre. Dois ou três anos é uma boa estimativa, certamente não será uma década", disse.
Questionado sobre se Portugal terá de reestruturar a sua dívida, como fez a Grécia, Regling responde: “Não sei, (...) há académicos que recomendam isso mas a situação não é de todo evidente. Eu não vejo essa necessidade, neste momento”.
“Na minha visão, o programa português está a correr bem. Eu sei que a população não o vê dessa forma porque é quem faz os sacrifícios, sente as consequências negativas em primeiro lugar, uma taxa de desemprego elevada, cortes no rendimento e isso vai continuar durante algum tempo, receio. Mas vemos um progresso muito claro. A competitividade tem melhorado, o défice corrente tem encolhido significativamente, houve em Portugal um excedente comercial pela primeira vez em décadas, o défice orçamental tem descido. Isso são progressos muito bons”, acrescentou.
O responsável espera, ainda assim, que o progresso que foi conseguido nos últimos dois anos e meio não seja abandonado prematuramente. “Está ao alcance, seria uma pena abandoná-lo agora”, disse.
Sobre o relatório do FMI em torno dos erros que terão sido cometidos no primeiro resgate à Grécia, Regling diz que discorda de algumas das suas conclusões e também do "timing" em que foi divulgado, na medida em que "mina o apoio às reformas" que estão em curso.
Título, Imagem e Texto: Jornal de Negócios, 12-06-2013

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