quarta-feira, 5 de junho de 2013

Irã refuta acusações de promotor argentino e o classifica de 'sionista'

Argentina frustrada em seus esforços de punir culpados por atentado terrorista iraniano em Buenos Aires
Francisco Vianna
O Irã não apenas deixou de acatar as acusações do promotor público argentino aos iranianos envolvidos no ataque a bombas à AMIA em Buenos Aires em 1994, como também o considerou um ‘sionista’.
O chanceler argentino, Héctor Timerman, com seu par iraniano ao assinar o acordo entre ambos os países para investigar a causa da AMIA.
A agência de notícias EFE, da Espanha, divulgou ontem que o Promotor Público Geral da Argentina, Alberto Nisman – que investiga o atentado terrorista que destruiu a seda da AMIA (Associación Mutual Israelita de Argentina) em Buenos Aires em 1994 matando 85 pessoas e ferindo centenas – que tinha concluído seu trabalho e acusado formalmente o Irã de tê-lo perpetrado e de se infiltrar em vários países da América do Sul, aproveitando-se de governantes irresponsáveis. 
Teerã considerou hoje as acusações do Promotor Público Alberto Nisman sobre o que denunciou como sendo a “infiltraçãodo Irã em vários países da América  do Sul  com o propósito de organizar redes de inteligência em apoio a grupos terroristas que agem no subcontinente com o beneplácito e financiamento de países como a Venezuela e Cuba”, por considerá-las – e o seu autor – de "caráter sionista", informou a agência estatal iraniana, IRNA (que controla toda a informação na ditadura islamofascista persa). “Devido ao histórico de caráter sionista desse Promotor, não damos nenhuma importância às suas afirmações”, disse a agência de notícias do escritório de informação diplomática do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, sem dar mais detalhes.
Todos sabem que, junto com os EUA, o principal inimigo do regime islamofascista do Irã é o Estado de Israel e o termo ‘sionista’ (derivado do monte Sion em Israel) representa a doutrina que criou o estado judeu, cuja existência o regime persa não reconhece e publicamente promete a sua extinção.
Nisman destacou, em sua acusação formal ao país islâmico que "existem fortes e concordantes indícios de que a citada ‘infiltração e instalação de estações de inteligência’ só foi possível graças à colaboração dos governos de países como Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad y Tobago e Suriname". O Promotor do caso pediu que a INTERPOL envide todos os esforços para deter todos os acusados do atentado da AMIA sobre os quais existem mandatos de prisão internacionais. Os acusados são: um cidadão libanês, oito iranianos do alto escalão do regime persa, cinco dos quais com “alerta vermelho” da INTERPOL, que são o Ministro da Defesa do Irã, Ahamad Vahidi, o Ministro da Informação, Ali Fallahijan, o ex-assessor governamental Moshen Rezai, o ex-adido da embaixada iraniana em Buenos Aires, Moshen Rabbani, e o ex-diplomata Ahmad Reza Ashgari. Além disso, sem o “alerta vermelho”, estão sendo procurados, desde 2006, o ex-presidente iraniano Alí Akbar Rafsanjani, o ex-ministro do Exterior, Alí Akbar Velayati, e o ex-Vice-Ministro do Exterior para Assuntos Africanos, Hadi Soleimanpur.
Em janeiro último, a Casa Rosada e o Irã assinaram um acordo, rejeitado e denunciado pela comunidade judaica local e pela oposição argentina, que prevê a criação de uma comissão de juristas para revisar as atuações judiciais em torno do atentado terrorista de 1994. Quando isso ocorreu, a presidente Cristina Kirchner passou a ser considerada por muitos como um dos governos irresponsáveis que tentam livrar a cara do Irã com uma medida que tende a relativizar o crime hediondo cometido pelos dirigentes persas contra a comunidade judaica civil argentina.
O “memorando de entendimento” assinado, foi ratificado pelo Parlamento da Argentina (que ratifica até receita de bolo enviada por Cristina) e o governo de Teerã, e também prevê a realização de interrogatórios em Teerã aos acusados pela destruição da AMIA.
O atentado terrorista que destruiu a sede da AMIA em Buenos Aires foi o segundo ataque terrorista contra interesses judaicos na Argentina, uma vez que em 1992 houve uma explosão de bomba terrorista na embaixada de Israel que matou 29 pessoas e deixou dezenas de feridos.
A comunidade judaica atribui ao Irã e ao grupo xiita libanês Hezbollah o planejamento e a execução de ambos os atentados, muito embora Teerã tenha, é claro, negado peremptoriamente a sua participação nos dois ataques, o da embaixada e o da AMIA.
Esses episódios mostram claramente que o Estado persa, por seu islamofascismo fundamentalista - que associa a autocracia socialista ao fundamentalismo islâmico -, é um dos principais estados bandidos que agem no mundo atual e do qual qualquer governo responsável deve manter uma distância segura.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 05-06-2013

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