Francisco Vianna
O presidente-pelego da
Venezuela, Nicolás Maduro, cuja eleição vem sendo objetada com veemência pela
oposição sob os mais variados argumentos que vão desde o fato de ele e do
bolivarianismo ter violado a Constituição do país até a prática de intensa
fraude eleitoral no pleito de abril último que o elegeu por ínfima margem,
agora se vê às voltas com um problema semelhante ao enfrentado por Barak Obama
nos EUA, a sua naturalidade. A oposição garante que Maduro não é venezuelano de
nascimento, como exige a Constituição, mas que nasceu na Colômbia e lá viveu
grande parte de sua infância. Isso, segundo as leis do país, retira de Maduro
qualquer legitimidade de estar ocupando o cargo.
Tal afirmação está cada vez
mais presente na mídia venezuelana e nas redes sociais, o que tem suscitado
investigações levadas adiante na Venezuela e na Colômbia pelos próceres da
oposição e por diversas personalidades do jornalismo investigativo. Entre elas,
está a figura do ex-embaixador do Panamá na OEA, Guillermo Cochez, que numa série
de pronunciamentos públicos tem advertido que muito em breve apresentará os
documentos comprobatórios da verdadeira nacionalidade do novo líder da
“Revolução Bolivariana”.
O deputado da oposição
Abelardo Díaz declarou numa rodada de imprensa que “até agora, de fato, há
razões para se pensar que Maduro, pelo menos, viveu, na sua infância, na
Colômbia”. “Não são poucos as testemunhas e são fortes os indícios e os dados,
que nos têm chegado, e que apontam para o fato de que seu nascimento e sua
infância podem ter ocorrido na vizinha República da Colômbia”, complementou o
deputado opositor há poucos dias.
Tal problema, que se for
verdadeiro à luz da Constituição venezuelana, obrigaria Maduro a ser destituído
do seu cargo, já vem circulando no país desde que se tornou evidente que ele
seria o candidato de Hugo Chávez para substituí-lo, ainda em vida, ou depois da
morte que o caudilho sabia ser inevitável.
O chavezismo, diante disso, se apressou a explicar não apenas que Maduro tinha de fato nascido na Venezuela, como afirmou que o nascimento do sindicalista aconteceu em nada menos do que três localidades venezuelanas diferentes: na Paróquia Palotal, no Estado de Táchira, (versão dada pelo governador desse estado, José Gregorio Vielma Mora), na Paróquia caraquenha de El Valle (versão do chanceler Elías Jaua), e na Paróquia de Los Chaguaramos (versão dada pelo próprio Maduro embora Los Chaguaramos, na época era uma simples corruptela e não uma Paróquia).
“Todas essas versões são
falsas”, declarou Díaz quando a explicar que repetidas e exaustivas buscas de
documentos realizadas nesses três locais mostraram que não existem registros do
nascimento de Maduro em nenhum deles. Apesar da crescente insistência, Maduro
se nega a mostrar sua certidão de nascimento. Todavia, na verdade, existem
registros que situam a família de Maduro na Colômbia, inclusive sua mãe, Teresa
de Jesús Moros de Maduro, que segundo documentos obtidos e em poder da
oposição, nasceu em Cúcuta, na Colômbia, em 1929 e mantinha a nacionalidade
colombiana com uma carteira de identidade de número 20.007.077.
Segundo um certificado emitido
pelo Cartório Nacional do Registro Civil da Colômbia, Moros de Maduro tirou sua
carteira de identidade colombiana em dezembro de 1956, seis anos do nascimento
de seu filho Nicolás Maduro em 1961. Tal documento anula a versão de Maduro de
que sua mãe era venezuelana.
“Mas isso também é falso”,
disse Díaz na sua conferência de imprensa. “Podemos assegurar e afirmar que a
senhora mãe de Nicolás Maduro Moro, ao contrário do que tem afirmado o próprio
presidente, que situa o nascimento de sua mãe e de suas origens na cidade de
Rubio, no estado Táchira, na verdade é natural da cidade de Cúcuta, no estado
nortista de Santander, da República da Colômbia”, afirmou Díaz.
Pouca gente, no entanto,
acredita que mesmo que fique provada a nacionalidade colombiana de Nicolás
Maduro, isso chegue a provocar o seu impedimento, num país acostumado a sofrer
violações e mudanças em sua Carta Magna, conforme a conveniência do regime.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 06-07-2013
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