quarta-feira, 10 de julho de 2013

Síria sem saída

Apesar da belicosidade entre o país árabe e o judeu, durante 40 anos houve tranquilidade na fronteira.
Beatriz W. de Rittigstein

A fronteira de Israel com a Síria nas colinas de Golan, apesar de tudo tem estado tranquila...
Atualmente, transcorridos dois anos de uma feroz guerra civil e de uns cem mil mortos como consequência, não se vislumbra uma saída para a Síria; o futuro do país é uma incógnita.
Se, por um lado, fica cada vez mais inaceitável a continuidade de Bashar al-Assad no poder, depois de tantos anos de férrea ditadura, na qual os sírios estavam submetidos ao arbítrio do autócrata, por outro lado, os rebeldes estão divididos em camarilhas cuja gama vai de democratas a até jihadistas.
Assim, aqueles que com alegações forjadas acusam Israel de ingerência na crise síria, omitem que, apesar da situação de beligerância entre o país árabe e o judeu, durante 40 anos a fronteira entre eles esteve tranquila. Não obstante, deve-se ter em conta o fato de que a Síria é aliada do Irã e de forma consistente permite a passagem de apetrechos bélicos para o Hezbollah. Deve-se ter na memória que, quando a Síria dominava o Líbano, foi quando surgiu o fortalecimento da atividade terrorista contra Israel e em todo o Oriente médio. Hoje em dia, Irã e Hezbollah se encontram na Síria, apoiando a luta contra os rebeldes e ao mesmo tempo, apontando seus mísseis para o pequeno território israelense, com uma inegável e importante mãozinha da Rússia de Putin.
Tampouco, para Israel, seria uma situação segura o triunfo do extremismo islâmico fundamentalista em sua fronteira norte, independentemente da origem religiosa, tanto fazendo que seja xiita por parte de Irã ou sunita por parte da Al Qaeda ou da Irmandade Muçulmana.
O conflito sírio necessita a arbitragem dos organismos internacionais, os quais até agora se mantêm passivos. De algum modo, o ordenamento mundial deve mediar para por fim à contenda fratricida e buscar um acordo que guie o país a uma solução justa, harmoniosa, e duradoura, considerando que uma sociedade plural como a síria só pode se tornar viável mediante um sistema de respeito aos direitos de todos e ao mesmo tempo de todas as facções que a compõem.
Título e Texto: Beatriz W. de Rittigstein para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL’, 09-7-2013
Tradução: Francisco Vianna

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