As várias rádios Moscovo
mantêm silêncio de sepulcro a respeito dos indicadores de várias agências confirmando
a inversão do ciclo económico. Os mosquitos do Algarve, um ou outro incêndio, a
mulher esfaqueada pelo marido, o corpo da malograda criança afogada, o seriado
das impugnações de candidaturas autárquicas; eis o noticiário de frioleiras e
pequenas tragédias do verão.
O que me incomoda na cultura
da retranca é a má-fé, a incapacidade das oposições fazerem jogo de torneio,
preferindo a faca na liga, o anel de Locusta, a raivinha medíocre que só
diminui quem a não consegue ocultar. Ontem, a pequeníssima figura de Octávio – qualquer
-coisa, economista comunista (como se um comunista pudesse ser economista, dado
a sub-religião que professa ser absolutamente contrária à ciência económica) lá
tentou ajuntar umas migalhas de demagogia balcão-de-cervejaria. Eles andam
furiosos. Queriam mais tragédia, mais desemprego, mais lágrimas e ranger de
dentes. São os parasitas da crise. No fundo, eles são os mosquitos do Algarve,
afogados de raiva, incendiários da mentira, os esfaqueadores psicológicos deste
povo.
Título, Imagem e Texto: Miguel Castelo Branco, Combustões,
14-8-2013
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-