quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Dilma com o Papa, Patriota com Kerry: dois grotescos exemplos de oportunismo político!

Cesar Maia    
   
1. Todos se lembram do discurso de Dilma ao lado do Papa. Nenhum respeito à figura maior do evento, o próprio Papa; nenhum respeito ao protocolo: Dilma falou meia hora e o Papa nem 10 minutos. Na verdade, Dilma estava se lixando para a presença do Papa. O que ela queria – ao meio de uma onda de impopularidade- era falar para a TV, que transmitia ao vivo e que depois ia aproveitar trechos para o Jornal Nacional.
       

2. Falou de seu governo, dos avanços sociais, de que tudo estava indo bem, que o Brasil com ela era uma maravilha. E ainda – de cima para baixo- propôs um convênio com o Papa para que o Brasil transferisse ao Papa sua experiência em programas de inclusão social. Um vexame. O Papa riu levemente, com o canto do lábio, no final.
       
3. Nesta semana veio ao Brasil o Secretário de Estado (ministro de relações exteriores) dos Estados Unidos, John Kerry. Reuniu-se com o nosso ministro Antônio Patriota. Inacreditavelmente, o Embaixador Patriota, diplomata de carreira do Itamaraty, recebeu um script da turma de Dilma e o cumpriu a risca, sem pestanejar.
       
4. De forma deselegante, mostrou certo anti-imperialismo petista ao discursar ao lado de Kerry. Deu seu recado para..., o Jornal Nacional. Disse que em função do caso divulgado, aliás, para vários países do mundo, de invasão de privacidade na internet pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, as relações do Brasil com os EUA passaram a uma “área de sombra”, onde a “confiança do Brasil nos Estados Unidos” estava abalada.
       
5. Mais grave que o ridículo internacional foi o oportunismo. Juntando-se ao esforço de recuperação da imagem de Dilma, deixou-se usar de forma a que todos, nos jornais das TVs à noite, pudessem ver e ouvir através dele o protesto anti-imperialista de Dilma. Algo grotesco que só fez afetar – pelo oportunismo político- a imagem externa do Brasil, que já não vai bem há algum tempo.
       
6. Os dois discursos para a TV e para os jornais da TV apenas mostraram a fragilidade de Dilma neste momento, que apela para qualquer coisa para voltar a se tornar competitiva em 2014, tentando evitar o desmonte eleitoral progressivo.
Título e Texto: Cesar Maia, 15-8-2013

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