EXPRESSIVA MAIORIA DE JUDEUS ISRAELENSES É CONTRA QUALQUER RETIRADA
SIGNIFICATIVA DE MORADORES DA CISJORDÂNIA.
Uma enquete mostra que 63% dos
judeus de Israel são contra a remoção de moradores da Cisjordânia com base no
recuo das fronteiras como premissas das conversações de paz com a ANP e um em
cada dois judeus acham que, caso o governo estabeleça um referendo nacional
para decidir o assunto, os israelenses árabes não devem opinar.
Apesar da maioria do povo
israelense apoiar o retorno às conversações de paz mediadas por Washington – um
filme que todos já viram – e serem favoráveis à existência de dois estados na
região, a pesquis aparece contradizer outras enquetes. Mas a maioria também não acredita que
os palestinos têm condições sociais (políticas e econômicas) para criar e
manter um Estado Palestino, sem que a área se transforme em outro reduto de
agressão sistemática à Israel.
A enquete,
que foi realizada pelo Instituto da Democracia de Israel e pela Universidade de
Tel Aviv e publicada nesta terça-feira, mostra que 63% dos judeus israelenses
são contrários à retirada das fronteiras para a posição de 1967 com trocas de
terras como parte do arranjo de paz com a ANP (Autoridade Nacional Palestina),
um arremedo de estado, mantido com o dinheiro da ONU, dos EUA e de Israel,
entre outros.
E são contra mesmo que tal
recuo signifique que Israel mantenha o chamado “Bloco Etzion”, diretamente ao
sul de Jerusalém, o Ma’aleh Adumim, a leste da capital, e Ariel na Cisjordânia
central, 34 km a leste de Tel Aviv. Nessa proposta, ainda assim, 58% dos judeus
entrevistaram se manifestaram contra o desmantelamento dos assentamentos na
Cisjordânia. A enquete ouviu 602 judeus israelenses no final de julho, após o
anúncio do estabelecimento de novas conversações de paz com a entidade
palestina, com um desvio de erro de 4,5% para mais ou para menos.
Segundo a mesma pesquisa, 50%
dos judeus israelenses são contra a transferência de vizinhos árabes em
Jerusalém para áreas a serem controladas pela ANP como um arranjo especial pela
manutenção dos locais sagrados judeus.
Por outro lado, os israelenses
árabes estão mais otimistas do que seus concidadãos judeus no que diz respeito
às expectativas de um novo resumo das negociações com a ANP. Já 79% dos judeus
israelenses não acreditam que tais conversações tenham chances reais de
sucesso, contra 18% que acreditam que as possibilidades são boas. Entre os
israelenses árabes, só 41% acham que as chances são mínimas contra 47% dos que
dizem que as chances de sucesso são altas.
Sem terem uma ideia muito
concreta do que seja o “sucesso” de tais conversações, ainda assim, 61% dos
israelenses judeus disseram que “são a favor das conversações de paz com ANP”,
contra os 33% que se opões a elas. Já entre os israelenses árabes, 91% apoiam
as conversações contra apenas 6% que são contrários a elas.
Muitos palestinos que, no
início, viviam em Israel e saíram de lá por seu fundamentalismo religioso – e
que deu origem a diversos atentados suicidas sangrentos –, desejam retornar ao
país e recuperar sua cidadania israelense, mas a oposição a isso ainda é muito
alta tanto por parte dos israelenses árabes quanto pelos judeus. A maioria vive
em estado de abandono tanto pelo Hamas em Gaza como pelo Fatah na Cisjordânia
e, de bom grado aceitariam voltar a viver em Israel, principalmente seus
descendentes, onde seriam livres para professar sua crença maometana.
Com relação aos partidos
políticos, nenhum está tentando bloquear ou criar dificuldades para as novas
negociações, com 51% dos israelenses judeus – inclusive os 49% dos que votam
pelo ‘linha dura’ Partido Lar dos Judeus — a dizer que não apoiariam qualquer
coalizão de protesto contra as negociações.
A ambição de Obama em criar um
estado palestino encontra muito menos resistência entre os judeus do que entre
os próprios palestinos. Não porque os palestinos que vivem fora de Israel não
queiram ter um estado próprio, mas simplesmente não têm condições para isso,
pois seu PIB é desprezível, não têm setor primário (agropecuário), nem
secundário (industrial e manufatureiro), e muito menos de serviço (a
percentagem de analfabetos é muito grande e a falta de mão de obra diferenciada
é quase total).
Assim sendo, a elevação da ANP
à condição de Estado Soberano, aceito pela ONU, vai representar um custo a mais
para os americanos, e a menos para Israel, que não se sentirá mais na obrigação
de continuar a mandar dinheiro para Abbas.
Contar com as nações árabes do
entorno, nem pensar. Nunca se manifestaram em apoiá-los, em investir nessas
áreas palestinas de modo a criar algum tipo de produção, e, mesmo deixarem de
assistir passivamente que os palestinos sejam usados como bucha de canhão,
principalmente pelos persas iranianos, na consecução de seus ideais genocidas
antissionistas.
Título e Texto: Francisco Vianna (com base na mídia
internacional), 06-8-2013
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