Sem saber onde, quando ou
porque, todos podem sentir um interesse diferente e repentino em relação a
alguém que antes sequer conhecia.
Normalmente chamado de paixão,
esse sentimento é totalmente imprevisível e não segue nenhum padrão de raça,
credo, cor, peso, altura, cor dos olhos, cabelos ou qualquer outro.
A quantidade de variáveis
possíveis de como podem ser essas paixões são imensuráveis, mas atualmente,
através das chamadas redes sociais, podem inclusive ser virtuais.
Em uma simples troca de
olhares, duas pessoas podem sentir uma atração que há séculos vêm sendo
descrita em verso e prosa por milhões de poetas e escritores ou cantada nos
mais diversos ritmos e línguas.
Normalmente têm início em
encontros do dia-a-dia, quando menos se espera e entre pessoas que nunca haviam
se visto. De manhã na padaria, no lanche do final do dia, no shopping ou na
livraria.
A aproximação e as devidas apresentações
ocorrem seguidas de uma primeira conversa, quando sentem algo estranho: parece
que se conhecem há anos, são íntimos, amigos há décadas.
Começa então a crescer um
sentimento de bem-querer, de carinho, uma enorme vontade de procurar, de realmente
saber, conhecer, perguntar e contar sobre, de modo a trazer para o mais próximo
possível da realidade, aquela sensação de conhecimento anterior.
Em seguida, aqueles pequenos e
delicados toques – como os dos dedos dele nas mãos dela -, já são suficientes
para alterar até a respiração dos dois e a troca de olhares – que olhares -,
são de uma profundidade incomparável.
Os primeiros carinhos ocorrem
com esses dedos tocando sua pele, ombros e braços, mas depois de acariciar todo
seu rosto, pescoço, orelhas e cabelos, aquela mão para na lateral de sua face,
como que a apoiando. Totalmente entregue àqueles carinhos, ela relaxa sua
cabeça sobre ela, como que já próxima de atingir seu ápice de relaxamento e
prazer.
Mas quando a mão penetra por
entre seus cabelos, apertando sua cabeça e puxando-a de encontro aos lábios
sedentos dele, o desejo torna-se quase que selvagem e assim é reciprocamente
demonstrado. No momento seguinte, novos e profundos olhares levam a beijos
alucinados, desesperados, de pessoas que parecem querer se engolir, se tornar
um só, com uma enorme troca de sensações e secreções.
Com a respiração ofegante e
sem mais poder ou querer esconder seu desejo, ela sorri e diz estar
constrangida, tímida, como uma menininha de dez ou doze anos experimentando seu
primeiro beijo enquanto ele também se sente como um jovem de quinze anos e fica
feliz ao vê-la sorrindo e também demonstrando felicidade com o brilho nos
olhos.
Já no local escuro para onde
foram, a timidez, a inocência e a inibição dão lugar aos desejos humanos mais
antigos, animais, carnais, que normalmente só são satisfeitos entre quatro
paredes.
As então agora quatro mãos
passam a se movimentar freneticamente, circundando e apertando aquele pescoço,
os seios, as costas, o tórax e os bíceps musculosos, descendo em busca de
outras regiões, e novas sensações entre eles ainda desconhecidas vão tomando
conta daqueles corpos, gerando arrepios, desejos, volumes e fantasias.
Fisicamente saciado, o vulcão da paixão explode, jorrando suas lavas
para todos os lados.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 23-8-2013
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