Agora estamos na problemática
da crispação. O problema é a crispação. Tenho muita pena, mas a crispação em política não é um problema.
É uma táctica. E em Portugal tem sido usada com mestria sobretudo pela esquerda
radical. Se lerem jornais de 75, 76, 77… encontrarão inevitavelmente Soares
crispado, Sá Carneiro crispadíssimo, a direita do CDS provocando crispação…
Naturalmente nunca encontram Cunhal crispado. Nem sequer Arnaldo de Matos.
O que temos neste momento é
muito simples: o PS radicalizou à esquerda. Não é uma questão ideológica. O que
está em causa é a sobrevivência de Sócrates e da sua tropa que por razões
conjunturais se aliaram a Soares, Alegre e contam com a anuência de Costa cuja
estratégia tem sido precisamente anuir com todos sem se comprometer com nenhum.
Incapaz de fazer frente a esta gente Seguro rompeu as negociações para o acordo
e pôs o PS de braço dado com o BE e o PCP o que naturalmente implica uma
radicalização da sua linguagem e uma total ausência de cabimento nas suas
propostas. Não há nisto crispação alguma
mas sim uma radicalização. Não creio que seja uma aposta ganhadora para o
PS e muito menos para Seguro mas é uma aposta legítima. Agora, poupem-me ao discurso da crispação. Estamos sim perante a
radicalização de um partido do centro. O nosso problema não é a falta de
diálogo por causa da crispação mas sim que um partido fundamental para a
democracia tenha optado por radicalizar mesmo que circunstancialmente.
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias, 01-8-2013
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