quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Os crispados

Helena Matos

Agora estamos na problemática da crispação. O problema é a crispação. Tenho muita pena, mas a crispação em política não é um problema. É uma táctica. E em Portugal tem sido usada com mestria sobretudo pela esquerda radical. Se lerem jornais de 75, 76, 77… encontrarão inevitavelmente Soares crispado, Sá Carneiro crispadíssimo, a direita do CDS provocando crispação… Naturalmente nunca encontram Cunhal crispado. Nem sequer Arnaldo de Matos.
O que temos neste momento é muito simples: o PS radicalizou à esquerda. Não é uma questão ideológica. O que está em causa é a sobrevivência de Sócrates e da sua tropa que por razões conjunturais se aliaram a Soares, Alegre e contam com a anuência de Costa cuja estratégia tem sido precisamente anuir com todos sem se comprometer com nenhum. Incapaz de fazer frente a esta gente Seguro rompeu as negociações para o acordo e pôs o PS de braço dado com o BE e o PCP o que naturalmente implica uma radicalização da sua linguagem e uma total ausência de cabimento nas suas propostas. Não há nisto crispação alguma mas sim uma radicalização. Não creio que seja uma aposta ganhadora para o PS e muito menos para Seguro mas é uma aposta legítima. Agora, poupem-me ao discurso da crispação. Estamos sim perante a radicalização de um partido do centro. O nosso problema não é a falta de diálogo por causa da crispação mas sim que um partido fundamental para a democracia tenha optado por radicalizar mesmo que circunstancialmente.
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias, 01-8-2013
Grifos: JP

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