quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Professor de Nova Iorque pegou cólera em Cuba

Francisco Vianna
Alfredo Gómez, natural de Cuba e professor de uma escola secundária no Estado de Nova Iorque, disse que, para seu azar, bastou ir visitar a sua terra natal para contrair cólera durante a sua estada para ver familiares em Havana, neste verão. Depois recebeu a conta de um hospital do governo: US$ 4,700.00.
Alfredo Gómez, professor secundário de uma escola em Syracuse, Estado de Nova Iorque, adquiriu cólera durante sua recente visita a Havana.
A queixa de Gómez vem quando Havana informa que 12 turistas estrangeiros e 151 cubanos contraíram cólera nos últimos meses, embora Gómez tenha dito que somente no hospital onde ficou internado havia 15 estrangeiros em cada um dos seis dias em que ficou lá em tratamento.

O último informe de Havana sobre cólera, o segundo do mês de agosto, parece exibir uma maior transparência por parte de funcionários cubanos, que previamente mantinham o silêncio sobre os surtos da doença, num esforço para evitar prejudicar a indústria turística da ilha, que gera uma receita de 2,5 bilhões de dólares ao ano, segundo alguns especialistas.

Um boletim dado a conhecer na sexta-feira pela Organização Panamericana de Saúde (OPS) disse que Cuba tinha relatado nesse mesmo dia a ocorrência de 163 casos nas províncias de Havana, Santiago de Cuba, e Camaguey. A OPS, ramo hemisférico da OMS (Organização Mundial de Saúde), indicou que os casos se manifestaram este ano, mas não mencionou um período de tempo determinado.

Entre esses casos estiveram 12 pessoas que tinham viajado para Cuba de outros países – três da Itália, dois da Alemanha, Espanha, Chile e Venezuela, e uma da Holanda, informou a OPS. Cuba tinha comunicado apenas seis desses casos num informe anterior ao da OPS, no início deste mês.

Jornalistas independentes e visitantes como Gómez têm relatado centenas de casos que, todavia, não são confirmados por Cuba, onde a mídia é apenas estatal e quase nunca usa a palavra “cólera”, e em seu lugar se referem a “enfermidades diarreicas agudas”.

Gómez, de 49 anos, que saiu de Cuba em 1997 e agora ensina matemática na Escola Secundária William Nottingham, da cidade de Syracuse, N.Y., disse que ele e dois de seus familiares forma infectados pelo vibrião colérico e tiveram diarreias severas dois dias depois de comer juntos num restaurante estatal em Havana, no fim de julho.

Médicos do hospital Manuel Fajardo disseram a ele que tinha cólera, disse Gómez, e o transladaram para o Instituto Pedro Kouri de Medicina Tropical, onde o quarto andar do hospital é reservado para estrangeiros que contraem essa e outras doenças em Cuba.

Gómez disse que pelo menos um mínimo de seis, e um máximo de quinze estrangeiros estiveram no andar em cada um dos seis dias que ficou ali internado, de 4 a 10 de agosto, recebendo antibióticos e líquidos intravenosos para debelar a doença, que é facilmente transmitida através da água e por baixas condições de higiene habitacional e de cozinha, podendo levar à morte por desidratação.

Nessa mesma semana, mais de 60 cubanos estavam sendo tratados de cólera nas dependências do Hospital Kouri reservadas para residentes da ilha, acrescentou o professor, e um sobrinho lhe disse que um grande número de pessoas havia sido infectado pela doença no subúrbio de Mantilla, em Havana.

O tratamento para os estrangeiros no hospital era muito bom e muito melhor do que o dispensado aos residentes da ilha, acrescentou, mas os problemas começavam quando os pacientes estrangeiros recebiam contas enormes quando estavam a ponto de receber alta hospitalar.

O professor de Nova Iorque ouviu dois espanhóis falando pelo telefone com suas empresas de seguro-saúde de Madri, tentando averiguar como e quanto pagar, disse Gómez. Ele mesmo foi fortemente instado a pagar sua conta com seu cartão de crédito ou através de sua apólice de seguro-saúde dos Estados Unidos.

“Queriam por que queriam me cobrar e tentaram por todos os meios fazer com que eu pagasse a conta”, disse numa entrevista telefônica de Syracuse. “Foi uma atitude abusiva, grosseira. Não queriam deixar-me ir sem pagar a conta apresentada de 4 mil e 700 dólares”. Mas ele disse que foi embora sem pagar argumentando que o embargo americano o proibia pagar qualquer conta ao estado cubano e que a conta deveria ser paga pelo restaurante onde contraiu cólera.

“As últimas informações de Cuba indicam que o regime da ilha continua tentando por em prática ações de prevenção e controle de cólera, fortalecendo a consciência sobre as medidas preventivas por parte do público, controlando os locais de preparação de alimentos e levar a cabo uma vigilância epidemiológica das ‘doenças diarreicas agudas’”, disse a OPS.

Todavia a população, que vive em extremo grau de pobreza e miséria, além de baixa escolaridade, não consegue ao menos compreender a necessidade dessas medidas preventivas, pois a maioria não dispõe sequer de água tratada e encanada para sua higiene básica.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 28-8-2013

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