A esquerda portuguesa costuma
ser muito zelosa da laicidade do estado e da autonomia deste e dos seus poderes
em relação aos fundamentalismos clericais que em certos países os aprisionam. É
o caso do Irão, onde um grupo de padres – os Ayatollahs – dirige o estado e
condiciona toda a sua estrutura política e decisória em nome de Deus, e de
princípios e de um livro – o Corão – considerados sagrados e imutáveis.
Curiosamente, essa mesma
esquerda que anda sempre a pregar contra os Ayattolahs do Irão, não manifesta
esses mesmos sentimentos sobre o que se está a passar em Portugal, onde não
estamos muito longe da velha Pérsia.
Na verdade, também aqui um
grupo de Ayatollahs fundamentalistas superintende a governação do estado,
limitando, ou mesmo vetando, a par e passo, as decisões de poderes laicos
legitimamente eleitos pelo povo, em nome de princípios considerados sagrados e
imutáveis, constantes de um velho livro que só forças sobre-humanas
conseguiriam modificar.
E, bem vistas as coisas, nem
mesmo os Ayatollahs de cá são muito diferentes dos de lá…
Afinal o que é que o TC fez pelos desempregados? Bem, graças à decisão de hoje, os desempregados vão passar mais uns mesitos no desemprego. Se as empresas não podem escolher quem despedem serão muito mais selectivas quando contratam.
ResponderExcluirJoão Miranda