Quando somos crianças e estamos aprendendo a
andar, os medos são menores, praticamente inexistentes, por não conhecermos a
dor, mas à medida que vamos tomando conhecimento de suas possibilidades e
intensidades, os medos começam a se acumular em nossas mentes.
Colocar o dedo em uma tomada pode provocar choque;
em um ventilador em movimento, a quebra de um dedo; cair e bater com o rosto no
chão pode causar um corte que necessite de pontos cirúrgicos ou até a quebra de
um dente.
Todas essas situações provocam dor e ao mesmo
tempo, por menores que sejam os ensinamentos delas retirados, nos deixarão mais
atentos para o resto de nossas vidas. Porém, ao passar por essas experiências,
algumas pessoas adquirem medo das possibilidades, o que poderá atrapalhar
muitas atividades.
A maioria dos medos – apesar de para quem os
possui serem incontroláveis -, foi adquirida na infância, por pequenas
experiências mal sucedidas, que causaram dor ou por histórias que lhes contaram
com o exato propósito de assustá-las.
Outros são transtornos psicológicos – como a
claustrofobia -, quando a pessoa não consegue permanecer em ambientes fechados
com pouca circulação de ar, como nos elevadores, ônibus, metrôs e trens lotados
ou salas fechadas, por exemplo.
Estatisticamente, os cinco meios de transporte
mais seguros que existem, por ordem de segurança são: elevador, avião, metrô,
helicóptero e navio. Atualmente, entretanto, o carro é eleito como o principal
meio de transporte na grande maioria dos países, e entre as incontáveis pessoas
que os utilizam, milhares – não só os claustrofóbicos -, têm medo de
elevadores, o que – de acordo com os números -, não deveria ocorrer.
Independentemente do motivo, os diversos tipos de
medos podem prejudicar, inibir ou até mesmo impedir muitas atividades –
profissionais ou emocionais -, da vida de milhares de pessoas. Quantos, por
medo de desafinar e serem motivos de risos, já deixaram de experimentar cantar
e poderiam, com algum estudo e prática, terem se tornado excelentes cantores?
Tocar algum instrumento musical deixou de ser sequer tentado por milhões de
pessoas durante os séculos, simplesmente porque as próprias ficavam inibidas em
testar suas aptidões.
Por insegurança, medo da recusa ou de se tornar
motivo de chacota de quem delas soubesse, infinitas aproximações, abordagens e
declarações de amor entre casais deixaram de ocorrer, pois são raros os que
atingem maturidade suficiente para declarar seu amor publicamente, sem se
importar com o que farão ou pensarão aqueles que, por serem emocionalmente
fracassados, certamente deles procurarão rir.
A sociedade em que vivemos cobra demasiadamente –
e desde a infância -, o sucesso em todas as áreas, motivo pelo qual durante a
vida deixamos de fazer ou de tomar muitas atitudes, por medo de errar, pois
somos criados de modo à sempre vencer, no judô, na natação, nas notas da
escola, nos negócios, e assim temos dificuldades em aceitar tropeços e quedas,
o que é um exagero.
Cair não significa permanecer no chão. Quem cai
certamente se levantará e provavelmente terá menos chances futuras de tomar
outro tombo. No aprendizado da vida, o que ainda não errou tem mais chances de
errar que o que já aprendeu com aquele erro.
Acertar ou errar são
consequências, mas nossos medos precisam ser substituídos por nossas vontades.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 11-10-2013
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