quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Criação de empresas em Portugal aumenta 16,4% até Setembro. Encerramentos e insolvências em queda

Rui Neves
Foram constituídas 27.318 empresas até Setembro, mais 16,4% do que há um ano, o dobro da soma das dissoluções (menos 17%) e insolvências (menos 5,6%)

Foto: Paulo Duarte/Negócios
Portugal soma e segue na renovação empresarial, o que não significa mais e melhores negócios e empregos. Do ponto de vista puramente estatístico, em todos os meses de 2013 aumentou o número de empresas constituídas quando comparado com os meses homólogos do ano passado. Até Setembro, foram criadas 27.318, mais 3.859 do que há um ano, o que traduz um crescimento de 16,4%, revela o Barómetro Empresarial Informa D&B.

O relatório, que o Negócios tinha já noticiado esta manhã, mostra que analisando apenas o terceiro trimestre de 2013 registou-se um aumento de 12,2% na criação de empresas e uma descida no encerramento (-18%) e nos processos de insolvência (-6,4%) em relação ao trimestre homólogo de 2012.

O forte crescimento das constituições no acumulado do ano é acompanhado por uma redução considerável das dissoluções de empresas (menos 17,%, num acumulado de 9.733) e de insolvências (menos 5,6%, fixando-se em 4.244). Isto significa que, nos primeiros nove meses do ano, foram criados sensivelmente o dobro de negócios face aos que desapareceram ou entraram em processo de insolvência.

Mais: em praticamente todos os sectores de actividade e distritos do País verifica-se um saldo positivo entre as constituições e a soma das dissoluções e insolvências. Há apenas duas excepções e com um saldo próximo do zero: o sector do gás, electricidade e água, que representa apenas 0,4% do total de 492 mil empresas existentes em Portugal; e o distrito da Guarda, onde entre criações e falências registou uma perda de nove empresas.

De acordo com a Informa D&B, este saldo positivo "deve-se, maioritariamente, ao movimento de empreendedorismo aparecer com um enorme destaque" e à combinação de diversos factores. "A emergência de alguns sectores como, por exemplo, a agricultura, pecuária, pesca e caça, nos quais, nos últimos 12 meses, foram constituídas sete empresas por cada empresa que encerrou", destacou Teresa Menezes, directora-geral desta consultora especialista no tecido empresarial.

Assim como, enfatizou a mesma responsável, "a renovação de alguns sectores, onde as novas empresas introduzem no mercado inovação, deixando de existir outras que podem não ter acompanhado o desenvolvimento da sociedade actual".

De resto, salientou, "existe uma correlação entre o aumento do desemprego e o aumento das constituições, já que entre a população desempregada surge esta iniciativa", a que acresce "a facilidade com que em Portugal se pode abrir e fechar uma empresa".

Até Setembro, os sectores dos serviços (mais 32%), retalho (16%) e alojamento e restauração (11%) foram os que registaram maior número de constituições, representando mais de metade do total neste período. Já o maior crescimento verificou-se nas indústrias extractivas (mais 59%) e transformadoras (22,4%) e nas actividades financeiras (24%).

Lisboa (28%), Porto (19%) e Braga (9%) continuam a concentrar o maior número de constituições. No entanto, o Porto (mais 20,4%) e Braga (mais 17,5%) apresentam, nos primeiros nove meses do ano, um crescimento superior ao verificado em Lisboa (mais 12,9%). Já nas insolvências, houve uma redução da ordem dos 15% nos dois distritos do Norte e um aumento de 7% na capital, ao passo que as dissoluções em Lisboa recuaram 17%, no Porto 14% e em Braga apenas 3,6%.
Título e Texto: Rui Neves, Jornal de Negócios, 30-10-2013, 14h58

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