quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mais do mesmo: novo expurgo na China

NOVO DITADOR CHINÊS RECRUDESCE LINHA DURA DO REGIME SOCIALISTA E JOGA NO LIXO AS POUCAS CONQUISTAS DO POVO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS.
Francisco Vianna

Cresce o número de prisões de ativistas pelas liberdades em novo expurgo das “perigosas ideias de democracia e empreendedorismo”...
O PCC (Partido Comunista Chinês) publicou um documento público em que condena e alerta para medidas punitivas para quem defender os “perigosos e subversivos valores ocidentais”. A medida desencadeou um forte e violento expurgo, por iniciativa do próprio novo ditador do país, Xi Jinping, conforme reportagem do jornal americano, de esquerda, “The New York Times”.

Desde que tomou posse como o novo chefe do politburo socialista de Pequim, o ditador da vez, já fez publicar nove documentos que arrocham a ditadura chinesa, num retrocesso político que surge na onda do declínio econômico do país. O último desses documentos – o de número 9 –, que são resoluções com tal poder de lei que anulam tudo o que o pobre do chinês conseguiu nas últimas décadas, enumera os sete “maiores perigos” antagônicos à ditadura comunista, a começar pela “democracia ocidental constitucional”.

Os demais “valores universais” são os direitos humanos, a liberdade de imprensa, os conceitos “neoliberais” de economia de mercado e as críticas “niilistas” à história do Partido Comunista. O documento ressalta ainda que “forças ocidentais hostis à China e dissidentes dentro do país continuam infiltrando constantemente ideias libertárias na esfera ideológica”.
Com isso, a nova linha dura do politiburo socialista decepciona os mais liberais e até ex-dirigentes moderados, que esperavam mudanças políticas que valorizassem um pouco mais os indivíduos com a ascensão do novo ditador Xi.

Com Xi Jinping, fica, mais do que nunca, proibido falar em democracia, direitos humanos, em Constituição e o condenável "capitalismo privado".
As recentes prisões de ativistas mostram que Pequim está disposta a amordaçar o povo e cortar pela raiz as tendências libertárias que o progresso chinês naturalmente suscita, deixando claro que o conteúdo restritivo de tais documentos está, de fato, sendo levado a sério, o que deve superpopular as penitenciárias do país. Isso, se o PCC não resolver executar tais dissidentes com um tiro na nuca, acusando-os de “traição”, como já foi feito no passado. 

O novo ditador Xi também ordenou o combate aos que defendem a independência do Judiciário e a limitação da onipotência do Partido pela Constituição, diploma que na China tem mais um efeito decorativo, como sói ocorrer nos regimes socialistas.

O jornal estatal, “Diário do Povo“, órgão oficial do PCC – que pouca gente lê, diga-se de passagem –, em editorial, disse que “o constitucionalismo é um apanágio das democracias capitalistas” e que causam “crises sociais”.

A valorização da Constituição como a Lei Maior tornou-se uma ideia ameaçadora ao governo totalitário que avançou sob a liderança anterior, permitindo alguma discussão entre novas lideranças políticas e novos empresários que prosperam no país graças ao crescimento do capitalismo privado. Isso ocorre principalmente nas “áreas de regime especial”, como em Hong Kong, Goa, e outras, que Pequim nem pensa em alterar, pois representam o grosso da arrecadação estatal chinesa. O dissidente Hu Jia, que já passou três anos preso por “atividades subversivas” lamenta o retrocesso, dizendo que o que caracteriza os socialistas é o “demasiado apego ao poder”, pelo qual vivem nababescamente como “executivos estatais” a custa da pobreza generalizada da maior população do planeta.

Assim, o que determina o politburo de Pequim tem valor de “dogma” e não está sujeito a qualquer debate livre e democrático no seio da cidadania capaz de fazê-lo. Aliás, de um modo geral, para os socialistas, nenhuma lei merece muito respeito, principalmente quando tende a garantir os direitos fundamentais da pessoa humana.
Título e Texto: Francisco Vianna, 30-10-2013

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