quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A derrocada do chavezismo na Venezuela parece ser fava contada

Muita gente na Venezuela hoje diz que o Presidente Nicolás Maduro está perdendo rapidamente o apoio dos setores mais pobres que votava no finado Hugo Chávez e compunha algo em torno de 56 por cento do eleitorado, a parte mais despreparada do país, e que, por isso mesmo, se deixava hipnotizar pelo falecido líder populista e demagogo.
Francisco Vianna

A insatisfação com a gestão ruim de Nicolás Maduro está aumentando visivelmente entre os pobres e miseráveis, que constituem as hostes do chavezismo. Maduro, na foto, no dia de sua posse em 19 de abril último.
Essas pessoas estão apontando o dedo para a ineficiência do atual presidente e dizendo que sua pobre administração é parcialmente responsável pela grave crise econômica do país. Não é. Justiça seja feita, apesar de Maduro, ex-motorista de ônibus e profundamente despreparado para ocupar o cargo de presidente da república, estar agora no comando do país, não se pode imputar a ele toda a culpa por uma situação nacional catastrófica que é, na verdade, oriunda de pelo menos dois mandatos eivados de barbaridades cometidas pelo seu defunto predecessor. 

Acontece que, se por um lado os ricos mandaram seus capitais para fora do país e muitos deles se foram junto com o dinheiro, o abacaxi está sendo descascado pela classe média baixa e pelos pobres que estão mais pobres ainda e passando necessidades pelo incrível desabastecimento que o “socialismo do século XXI” desencadeou no país.

Como se sabe, o socialismo acaba quando acaba o dinheiro… dos outros! E os outros, que tinham dinheiro, se foram do país e não há mais como sustentar o politburo de Caracas, com o petróleo em baixa e com a PVDSA se esfarelando de ferrugem.

Assim como em casa que não tem pão, todo mundo fala e ninguém tem razão, a Venezuela entrou numa fase em que a autodestruição passa ser automática. São os efeitos da cubanização do país. Não há muito que possa ser feito por Maduro, a não ser que ele chamasse o Sr. Capriles para formar um governo de coalizão nacional e caso o opositor aceitasse – afinal, todos sabem que o chavezismo roubou a eleição de Capriles – começassem a desmanchar todas as besteiras cometidas por Chávez e a dar garantias institucionais aos investidores para que voltassem a investir seus capitais no país e chamassem de volta, pagando bem, a mão de obra especializada que deixou a PDVSA na mão de curiosos e furiosos.
Como isso, provavelmente, não acontecerá, a ruína do país do norte é fava contada e as pessoas podem se acomodar nas poltronas para assistir a esse espetáculo de terror.

Destarte, não é surpresa que as enquetes feitas recentemente junto à população, pela empresa Fortuny, Guzman & Associados, tenha exibido uma porcentagem de desaprovação do governo de 56 por cento nas chamadas classes D e E (paupérrimos e miseráveis) e de 70 por cento na chamada classe C (média baixa).

São diversos os analistas venezuelanos que, diante desses números, afirmam que “o continuísmo do ‘projeto bolivariano’ está gravemente ferido e em seu leito de morte”. Os mais pobres são, como sempre, as maiores vítimas do socialismo ao cabo de pouco tempo e a desolação entre essas pessoas tem aumentado com nunca em face da guerra econômica começada pelo governo em que não há a possibilidade de favorecer a ninguém, muito menos aos mais pobres.

56 por cento dos venezuelanos (média de todos os extratos sociais do país) consideram que a gestão de Maduro é ruim e ineficiente, além de agravar os problemas sociais criados pelo novo regime, e 22 por cento marcaram a gestão do pelego como “muito ruim” ou “péssima” com apenas 16 por cento declarando-a como de “regular a ruim”.

Assim, apenas 41 por cento qualifica a gestão governamental de Maduro como boa. Mas, em questão de confiança, Maduro fica muito mal no pedaço, uma vez que 40 por cento respondeu que o presidente não lhes inspira “a menor confiança” e 24 por cento disse sentir “pouca confiança” e só 23 por cento disse sentir “alguma confiança” com apenas 10 por cento tendo declarado “plena confiança” no mandatário.

Outra coisa interessante em que os analistas coincidem é que essa conceituação popular negativa do chavezismo já existia antes da eleição de Maduro, que Capriles acredita e diz que tem provas de ter sido fraudulenta, a ponto da Justiça aparelhada do país tê-lo ameaçado de prisão caso insistisse com sua campanha.
Parece que as pesquisas exibem números que confirmam a tese da oposição.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 07-11-2013

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