Há 39 anos que tenho o mesmo
patrão: o Ministério da Educação. Há 468 meses que o meu patrão me paga o
salário, sem falhar, no dia 22 ou 23 de cada mês. Hoje, apesar de trabalhar
para um patrão falido, o MEC pagou-me não apenas o meu salário mas também o
subsídio de natal. É extraordinário que tal tenha acontecido. Pergunto: onde
vai o meu patrão falido buscar o dinheiro para me pagar? Vai a 4 lados: ao BCE,
à União Europeia, ao FMI e aos salários dos portugueses que não trabalham para
o meu patrão e com os seus impostos permitem que ele tenha liquidez para
continuar a pagar-me o salário e, vejam lá, os subsídios de férias e natal.
Como não sou ingrato, tenho de dizer: obrigado, MEC, obrigado portugueses que
não trabalham para o meu patrão e permitem que ele retire dos vossos
rendimentos o necessário para ele poder continuar a pagar o meu salário.
Título e Texto: Ramiro
Marques, “ProfBlog”, 22-11-2013
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