1. Desde ontem à noite, salvo
erro, que os media andam afadigados a repetir a toda a hora as peculiares
afirmações do MNE, apontando um determinado nível das taxas de juro da dívida
pública portuguesa a 10 anos (4,5%) como sinalizador de um regresso feliz aos
mercados ou... da necessidade de um 2º resgate...
2. E quase todos os
comentadores de serviço, incluindo destacados pirómanos financeiros, já
emitiram, como lhes cumpre, a sua douta opinião acerca de tais declarações,
umas mais outras menos cáusticas...
3. Achei particular graça ao
facto de no início desta manhã, na abertura dos mercados, um jornalista de
rádio ter inquirido um profissional do mercado financeiro acerca do impacto que
as declarações do MNE tiveram sobre a cotação da dívida pública portuguesa: nenhum, foi a resposta pronta do dito
profissional...
4. ... que não se limitou a
esse comentário, tendo acrescentado que bem mais importante foi a notícia da melhoria da apreciação da dívida portuguesa pela agência de notação financeira Moody’s,
tendo a notação da dívida que se mantém no nível Ba3 passado de “Outlook
negativo” para “Outlook estável”...
5. Não é muita coisa, mas para
um País que se habituou a um percurso pela “escada abaixo” das notações de
rating, desde há mais de 3 anos a esta parte, esta mudança é um importante
“turning point”...
6. Curiosamente, apesar do seu
significado para os mercados, esta mudança positiva na percepção do risco da
dívida portuguesa por uma agência como a Moody’s passou quase despercebida
junto dos prestimosos “media”, enquanto as declarações quase inócuas (e
felizmente pouco convincentes) do MNE ocuparam horas de noticiário e de
comentário, foram repetidas quase até à exaustão...
7. Mas agora rectifico: a
notícia da Moody’s quase despercebida? Qual a surpresa, se é uma notícia
positiva?...
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R– Quarta República”, 11-11-2013
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