Com bastante frequência, tenho pensado em tudo o que já vivi e no que ainda posso viver. Vejo que em todos os setores cometi erros e acertos, tropecei, cai e recomecei.
Creio que muitas coisas
poderiam ter sido realizadas de outra forma, mas não me arrependo de nenhuma
das coisas que e como as fiz, pois se assim não tivesse ocorrido, hoje seria
outro, e gosto de quem sou.
Na educação dos filhos
certamente fui mais enérgico do que precisaria, mas o resultado foi excelente
e, portanto, desse aspecto só me orgulho. Fazendo uma comparação entre como
poderia ter tido maior participação e presença em suas vidas, com a ausência ou
pouca companhia que lhes fiz – enquanto buscava angariar recursos para
proporcionar-lhes um futuro mais seguro -, percebo que esta é uma das coisas
que poderia ter sido diferente, mais equilibrada, mas sem essa ausência eles
também não seriam o que hoje são.
Conheci milhares de pessoas,
mas por falta de novas oportunidades – ou de afinidade -, centenas ficaram
somente na apresentação. Outras, com as quais simpatizei, foram reencontradas e
de muitas me tornei conhecido, com várias me decepcionei e, de raras, me tornei
amigo.
Vi coisas boas e outras nem
tanto. Gostaria de rever algumas, outras de nem ter visto, mas as melhores
imagens e lugares dos quais trago as mais belas lembranças, sempre tiveram
relação com a natureza, com o que o homem nunca produziu ou ainda sequer tocou.
Apesar de hoje saber que o
silêncio jamais comete erros, falei coisas que não devia e, apesar de
frequentemente tentar me corrigir, sei que este é um defeito que ainda possuo.
Ouvi o que não queria e o que não gostaria de ter ouvido. Palavras agressivas
ou sem fundamento foram trocadas milhares de vezes.
Gostei de muitas mulheres, me
apaixonei por várias, mas amei raras. Senti paixões por quem não devia, amei
quem não me correspondeu, e fui amado sem corresponder, mas todas as mulheres,
sem exceção, me proporcionaram momentos de felicidade e delas hoje só guardo
boas ou maravilhosas lembranças.
Todos gostariam de ter o
controle do tempo e do próprio destino, mas a única coisa que se pode afirmar é
que depois da noite um novo dia virá e é maravilhoso saber que, se receber a
benção de alcança-lo, nele poderei viver momentos diferentes, ter outros
desejos, outras opções e conhecer novas pessoas.
A felicidade não tem data
marcada e as surpresas recebidas da vida são imprevisíveis e, portanto, é
possível que amanhã conheçamos a pessoa que sempre buscamos, e que nos tornará
felizes pelo resto de nossos dias.
No passado dei e certamente
recebi muitos beijos e abraços sem nenhum sentimento, iludi e fui iludido com
falsas promessas, mas agora, maduro, posso dar muito mais que beleza e
juventude.
Posso rir e conversar mais, me
preocupar menos e agradar sem cobrar, pois sei quem, o que e como conquistei.
A experiência adquirida nos
anos vividos transforma os maduros – homens e mulheres -, em grandes amantes,
pois aprenderam que o amor é um conjunto de segurança, amizade, carinho e
prazer. E amam com mais calma e delicadeza, mas com o mesmo ardor e desejo dos
jovens.
A maturidade nos torna mais leve e com vontade de recomeçar a cada
instante.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 29-11-2013
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