quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PIB e discurso eleitoral: 1998 e 2014. FHC, Dilma e Marx

Cesar Maia             
1. Depois que Carville, na primeira eleição de Clinton, cunhou a expressão "é a economia, estúpido", esse passou a ser um carma, mesmo que muitas vezes os fatos não comprovassem. Essa expressão foi cunhada num processo de reeleição de Bush – pai - e tem sido aplicada basicamente nesses casos.
              
2. Em 2014, teremos no Brasil um processo de tentativa de reeleição da presidente. A economia, em 2014, segundo as últimas previsões, crescerá mais perto de 1,5% que de 2%. Aplicada a máxima de Carville, a economia derrotaria Dilma. Pode ser e pode não ser. Vejamos.
              
3. Em 1998, na reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira diminuiu 0,1%. E FHC venceu; e no primeiro turno. Há analogias. A famosa assertiva de Marx em 18 Brumário, "a história se repete em forma de tragédia", na situação atual poderia ser aplicada em qualquer caso. Explique-se.
             
4. Com a crise asiática e depois russa, FHC respondeu com uma dose intensa de populismo fiscal e cambial. Foi uma crise que impactou o curto prazo. O discurso base de campanha e a justificativa eram que os riscos, se vencesse Lula, seriam enormes e isso respaldava as medidas adotadas. FHC venceu a eleição e perdeu o segundo governo. Sua avaliação atual pela opinião pública brasileira continua bastante negativa.

5. Dilma, vivendo num quadro de crise de maior intensidade, vem aplicando o mesmo receituário, só que desde antes do ano eleitoral: populismo fiscal aberto e pragmatismo cambial, na medida em que não conta com o respaldo internacional que FHC contava. O método da campanha de Dilma será o mesmo, só que dirigido a um público diferente: se o candidato de FHC vencer, vocês perderão todos os benefícios sociais que conquistaram conosco e podem perder seu emprego e podem...
              
6. Cada cadastro de bolsa família, Prouni, minha casa minha vida, etc., será transformado em cartas, em mala direta, para milhões de pessoas, com apoio do programa eleitoral: cuidado, porque eles vão lhe tirar tudo isso.
              
7. Em 1998, a campanha de Lula foi surpreendida com palavras de atores na TV sobre os riscos com Lula. Agora, Aécio e Campos não serão surpreendidos, o que não garante nada.
              
8. A única coisa garantida é que o próximo quadriênio será muito difícil, vença quem vencer.
Títulos e Texto: Cesar Maia, 20-02-2014
Grifos: JP

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