sexta-feira, 14 de março de 2014

O governo que lesa e mata os brasileiros

João Bosco Leal 
O futebol nunca me atraiu, mas as notícias que tenho lido sobre os investimentos que estão sendo realizados nos estádios do Brasil para a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 chamam minha atenção.

A segunda Copa realizada nos gramados do país - a primeira foi em 1950 - dará, aos torcedores brasileiros, a oportunidade de assistir ao principal torneio da modalidade esportiva mais praticada no mundo em uma cidade próxima ou mesmo na sua.

Entretanto, para que isso ocorra, o governo do PT - que assumiu esse compromisso ainda quando Lula era o presidente -, está investindo bilhões de reais na reforma dos estádios já existentes e na construção de novos, onde os jogos ocorrerão, alegando que este é um bom investimento, pois em todos os países onde ela ocorreu aumentou significativamente o número de turistas, o PIB e a geração de empregos.


Não é bem assim: em 1994, sem investir um só centavo nos estádios que já estavam todos prontos, os EUA aumentaram seu PIB em 1,4%, enquanto o Japão teve um decréscimo de 0,3% quando as disputas se deram naquele país. Em 2002, a Coréia do Sul contava com a geração de 500.000 novos postos de trabalho e em 2006 a Alemanha esperava a criação de 100.000 empregos a mais, mas só 50% deles realmente foram contabilizados nos dois países.

Os estudos iniciais do governo eram de um investimento estatal total R$ 7,5 bilhões em infraestrutura - estádios, aeroportos e mobilidade urbana - para a realização da mesma no país, mas em junho de 2013 o mesmo já admitia gastos de R$ 7,6 bilhões somente nos estádios, R$ 8,4 bilhões nos aeroportos, R$ 8,9 bilhões em mobilidade urbana e mais R$ 3,2 bilhões em segurança, portos e telecomunicações, totalizando R$ 28,1 bilhões investidos somente nestas áreas.

A presidente Dilma e seu ministro Guido Mantega, alegam que não há dinheiro do governo federal nos estádios de futebol, mas somente empréstimos subsidiados do BNDES e renúncias fiscais, chamando assim de imbecis todos os brasileiros, pois, afinal, de quem é o BNDES e quem perde com renúncias fiscais?

O Tesouro Nacional repassou mais R$ 24 bilhões ao BNDES no final de 2013, totalizando, nos últimos quatro anos, mais de R$ 300 bilhões injetados no banco de fomento do governo brasileiro, que além dos campos de futebol, atualmente financia a construção de portos e aeroportos em Cuba e diversas outras obras no exterior, concentradas principalmente em projetos de infraestrutura na América Latina e na África.

São obras de hidrelétricas, aquedutos, gasodutos, operações de transporte, metrôs, rodovias, ferrovias, parques eólicos. "É um conjunto bastante diversificado", declara a superintendente da Área de Comércio Exterior do banco, Luciene Machado.

A quem interessa investirmos na infraestrutura de outros países, se nossas estradas estão intransitáveis, com buracos, sem acostamentos, com pouca ou nenhuma sinalização, com falta de duplicações nos trechos de maior movimento e que por isso matam milhares de brasileiros todos os anos e a saúde, educação e segurança pública do país estarem na situação em que se encontram?

Que governo é este que achaca os brasileiros para dar a outros povos, investir em outros países, enquanto o Brasil carece de investimentos em todas as áreas de responsabilidade estatal?

A infraestrutura rodoviária, de portos e de geração de energia brasileira - em sua grande maioria construída durante os governos militares -, hoje apontadas como os grandes gargalos para o crescimento do país, está sendo privatizada porque o governo não possui recursos sequer para conservá-las, mas consegue financiar para o governo de Cuba, a construção do maior porto da América Latina.

De que adianta sediarmos a Copa do Mundo se nosso povo continuará carente de transporte, segurança, educação e saúde condizente com o que paga em tributos?

Para investir em outros países, o governo do PT desserve e mata os brasileiros.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal*  www.joaoboscoleal.com.br, 14-03-2014 
* Jornalista e empresário

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