quarta-feira, 16 de abril de 2014

Justiça e Liberdade

O Pessaj (Páscoa judaica) comemora a libertação do povo judeu da submissão ao Egito.

Moisés fazendo as águas do Mar Vermelho se abrirem para dar passagem ao povo judeu escravizado no Egito
Beatriz W. De Rittigstein

Ao longo destes dias, o povo judeu está a celebrar a festividade do Pessaj ou Páscoa judaica, e apesar dos fatos que são comemorados terem ocorrido há cerca de 3.300 anos, na atualidade, o formidável esforço pelo triunfo da liberdade e da justiça, dois valores intimamente vinculados entre si, está em plena vigência.

A liberdade e a justiça são as bases do sistema democrático que, embora exercido com maiores erros e acertos pelos diferentes países que o adotam como regime político, é o que proporciona maiores possibilidades de desenvolvimento civilizacional e está profundamente relacionado com a natureza do ser humano. A democracia se materializa pela pluralidade, reconhecimento e respeito pelo contraditório e pela opinião das pessoas desde que emitidas de boa-fé e com caráter construtivo dentro dos valores culturais judaico-cristãos. A justiça e a liberdade individual são as garantias de uma convivência social mais harmoniosa e produtiva para o bem-estar das pessoas e dos povos.

O Pessaj comemora a libertação do povo judeu do jugo egípcio, relatada na Bíblia, no Livro do Êxodo: Moisés resgata seu povo e o guia até a “Terra Prometida”, a terra de Canaã. Assim, a cada ano, os judeus rememoram o nascimento da pátria judaica e é a ocasião em que esta celebração ocorre como sendo uma continuação, fazendo com que esse povo "renasça" ao longo das suas gerações.

O grande ensinamento do Pessaj e a sua importância para o futuro é a esperança de que qualquer conflito possa vir a ser vencido pelo povo judeu. Um tirano, como o faraó e uma nação tão poderosa como Egito, na época, foram derrotados pela fé e pela palavra de Deus. Os escravos puderam se tornar homens livres e superar as sequelas de tão longo cativeiro.

A história do Pessaj, do conjunto daqueles acontecimentos que constitui o passado coletivo do povo judeu, é a que deu ênfase à responsabilidade da memória. Humildemente, os judeus se recordam, ano após ano, que foram mantidos como escravos no Egito e que a liberdade que conquistaram há milênios significa um compromisso eterno do judaísmo para com o resto da humanidade, compromisso esses que os judeus sentem que têm que estar a cimentar e fortalecer a cada dia que nos é concedido por Deus.
Título e Texto: Beatriz W. De Rittigstein, para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL’,
Tradução livre de Francisco Vianna, 16-04-2014

Um comentário:

  1. Eu sou fascinado pela bíblia, apesar de ateu, me fascina a história recontada pelos homens e seus ideais. Tirando deus dos entremeios, vemos a história de um povo pacato, que luta por suas tradições e história. Nenhuma vez os judeus retomaram Jerusalém com lutas, quem lutou na terra santa foram os cristãos fanáticos e os maometanos de mesma estirpe.
    Judeus foram expulsos e retornados à terra santa, ou maldita dependendo da ótica histórica. Apesar dos deuses e dos poderosos Jerusalém vive a história judaica. cercado pelos fanáticos religiosos e crentes. E por incrível que possa parecer todos sem exceção são descendentes de Abraão, Jesus Cristo, Maomé e o maior profeta mórmon Nefi. Uma luta de irmãos através das centúrias e dos séculos.

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