sexta-feira, 11 de abril de 2014

Se bem me lembro…

Helena Matos
… do que vaticinaram os sábios, os iluminados, os senadores, os solidários, os que sentiam as dores da revolta e da pobreza alheias…. por este Abril de 2014 nós estaríamos na mais negra miséria, o programa teria falhado, haveria já um segundo resgate… Tendo em conta a diferença entre a realidade e a ficção espera-se no mínimo uma reflexãozinha. Por que não correram as coisas como garantidamente sabiam que ia acontecer?
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias, 11-04-2014

Tiradentes
11 Abril, 2014 11:29
Como esta gente descobriu a miséria que nunca tinha havido. Mais 0.8 que em 2005 é de arrepiar. Mais, é de arrepiar porque em 2005 tínhamos saído daquela fase fantástica do Portugal desenvolvido que tinha começado na Expo 98 passado pelo ínicio dos programas Polis, passando pelas SCUTS, Porto capital Europeia, culminando no Euro 2004. Aquilo era só riqueza a ser dividida e distribuída por todos os recantos…… da leira à beira mar plantada.
Está bem, em 2005 não havia resgate, não havia troika, não havia miséria era tudo lindo demais.

Alexandre Carvalho da Silveira
11 Abril, 2014 11:56
Arrepia-me, não me ocorre outro termo, ouvir falar de MISÉRIA em Portugal. Miséria? mas as pessoas hoje sabem de que é que estão a falar quando atiram para o ar que há miséria em Portugal?
Vivo na província, e lembro-me muito bem da miséria em que viviam tantas famílias, morando em casebres com chão de terra, apenas com uma ou duas divisões e tendo na maior parte dos casos de criar sete, dez, quinze filhos, e muitas vezes não tinham mais para lhes dar de comer do que umas côdeas fervidas em água temperada com coentros e sal, a fingir que era uma açorda, e andavam descalços e esfarrapados. Isso é que era miséria.
Ou num registo mais recente, aconselho aos que andam com a miséria na ponta da língua, que troquem as habituais viagens às Caraíbas por uma viagenzinha a África, ou a alguns países da América do Sul, para verem ao vivo de que é que estão a falar.
Há pobres em Portugal? Há, sim senhor, há demasiados pobres até, mas as dificuldades com que vivem, não tem nada a ver com miséria.
Mais útil do que falar de pobreza e dos pobres, é arranjar maneira de os pobres poderem um dia deixar de o ser. Mas essa conversa é muito mais complicada, e está em Portugal sujeita à mais ignóbil demagogia.

anónimo 
11 Abril, 2014 12:12
Quando me lembro daquela reportagem da RTP em janeiro a entrevistar a jovem professora com 2 filhinhos de cerca de 10 anitos sobre os cortes salariais de 2014 que traziam tanta miséria que a jovem mãe foi obrigada perante as camaras da RTP,e com um ar pungente de pré-anúncio de fome e miséria, a prevenir os filhinhos de que “a visita à disney não podia ser”…
Desculpe, mas a Drª Helena por vezes é cruel: sabe lá o que é ter que dizer a dois filhos que “este ano a Disney não pode ser”.

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