Não estou aqui para
julgamentos ou críticas, pois que seria ferir a livre escolha de cada um, de
cada uma. São apenas observações sobre os conceitos e leis humanas que acabaram
criando o seu ‘manual de boa conduta’ nos relacionamentos e a vivência entre casais
que vão formar a ‘célula mater’ de uma família e as injunções criadas por suas
leis.
Conhecem-se e iniciam as
alquimias do amor. Nesta natural relação de encanto resolvem realizar o que
chamam de casamento.
Continuo observando que vão
começar a prática das leis terrenas que dão direitos apoiados em deveres. A
relação que era simples e natural no que concerne aos sentimentos de ambos vai
ser imposta. Havia alguma lei ou imposição quando se conheceram? Não era um
estado natural e feliz? O que era natural até o momento de praticarem a palavra
casamento é o começo da anti-naturalidade da única coisa que realmente
interessa... Os dois.
O que principiou de maneira
tão natural, usando o termo de vocês, ‘divina’, vai passar a ser regida por
leis que vocês mesmos criaram à procura do que chamam de segurança.
Segurança afetiva?
Existe?
O choque natural e divino da
alquimia do amor vai começar a ser domado. Quando se conheceram precisavam de
segurança? Não eram só vocês no gorjear a naturalidade? Não viviam em ‘outro
mundo’?
Sim, viviam em outro mundo -
ou mundo real - sem seus conceitos e leis, criações de vocês mesmos. Vocês
criaram isto tão fortemente que muito do que vou dizer chamarão de utopia, como
se a realidade fosse utópica. Inicia-se como podem ver a destruição da única
coisa que realmente existe: O amor natural e divino.
Casamento como lei obrigatória
ou consentimento para ficarem juntos ou estarem juntos. Casamento civil e
religioso. Houve uma época em que certos conceitos eram necessários, mas vocês
não evoluem? O dinheiro que cada um amealhava a duras penas começa a interessar
ao sistema tributário e à instituição do sistema que chamam de religião.
Blasfêmia? Onde se esconde a
real blasfêmia? Aí colocam a vocês obrigações para que este amor continue. TEM
que haver casamento civil (amor dos cartórios).
TEM que haver casamento
religioso (amor de quem)? Ou este amor não é só de vocês dois? Começa aí o
pronome possessivo desagregador de tudo que existe. Sentiram alguma posse
quando se entregaram pela primeira vez? Havia alguém à sua frente dizendo ‘Eu
vos declaro marido e mulher’?
Pecado encoberto depois por
outro pecado?
Ou alguém com testemunhas para
‘sacramentar’ seu amor pelas leis civis? Apresentações... Este é meu marido
esta é minha mulher... Não foi assim que se apresentaram à sociedade e aos
parentes? (parentes?)... Eles existiam quando se amaram pela primeira vez?
Parentes que TÊM de serem aceitos - apesar de indesejáveis - só porque é a
minha mãe, o meu pai, o meu irmão, a minha tia etc., que por mais que sejam
indesejáveis você tem a obrigação de atendê-los.
Vê-los como pessoas que estão
com você agora, mirarem-se vocês dois como companheiros - que estão neste
momento - não os desobriga de tudo? Começa o grande estrago que provoca o
pronome possessivo neste mundo. Você é obrigado a cuidar do que é seu. Você é
obrigado a comparecer a uma igreja todos os domingos para alguém que nunca se
‘casou’ dizer a você como deve funcionar. E aquela explosão de puro amor do
início, vai para o inferno?? A isto observo atentamente de como se vence pelo
medo. Em decorrência, o amor que vocês sentiam um pelo outro é simplesmente
invadido e povoado pelo que não existe. Vocês são obrigados a gostar do que não
gostam.
Seria a obrigação de comer
quiabo a vida toda para quem não gosta de quiabo. Vejo que muitos que
‘freqüentam’ suas casas comem quiabo sem gostar faz muito tempo. Vejo
psicólogos que gostam e sugerem... quiabo frito!
Vocês são obrigados a dividir
o que é indivisível, seu amor real. São obrigados a trabalhar para o sustento
da família e muitas vezes das ‘famílias’ que nem o quiabo conseguiram. Passa o
tempo, vêm os filhos e vocês que assumiram as ‘obrigações’ obrigam-nos a comer
quiabo mesmo que não gostem...
Comam, isto faz bem!!? E
depois se queixam que seus filhos se rebelem ou pior, se droguem. Não teria
sido melhor deixá-los comer a batata frita que tanto gostam? Não vêem que
criança não cria, criança copia? Entram em idade escolar. Vão aprender várias
ciências. Boa notas para regalo da família; nunca a vivência do significado
real de dignidade e honestidade. E vocês continuam trabalhando duramente
comendo quiabo - sem gostar - para que os filhos... possam comer o que
quiserem?
Quando se amaram pela primeira
vez naquele enlevo do momento real e inesquecível, havia alguém dizendo que
TERIA que ser na alegria e na dor ou ‘até que a morte os separe’... Que a
separação de um simples amor começa com a imposição do que é natural como se o
que é natural pudesse ser imposto.
Obrigação é ingerência na
escolha alheia. Às vezes vocês têm sucesso em seu trabalho, ganhando mais
dinheiro que a maioria. Lá vem a parentada risonha, os pedidos melodramáticos.
Vejam só, tudo em função de um simples ato de amor! Você envelhece e os olhares
são interrogativos... Será que esse saco de dinheiro não vai morrer logo?
Quando não o depenam em vida e lhe colocam num asilo. E onde foi parar aquele
amor tão simples? As leis civis e religiosas que vocês mesmo criaram destruíram
a real fonte divina. Vocês não são obrigados a nada... Obrigam-se pelo que
criaram. Mudar.
Mude o que escolheu mudar...
Ofereça a si próprio o que quiser. São só sugestões para suas mudanças. Quando
oferece a si mesmo, oferece ao seu companheiro ou companheira. Mude a si
próprio e virará o mundo de cabeça para baixo... o que, aliás, já está
acontecendo! Dêem-se o prazer de estar com quem realmente gostam. Criem uma
sociedade um pouco mais evoluída fora das malhas que criaram, preservem o que
existe de real.
Façam e muitos farão.
Quase tudo que está ai
desaparecerá. Vocês criaram um termo chamado enxurrada... Enxurrada destes
tempos. É bom perante a realidade, mas provoca o outro lado do amor, que é o
medo. Quem conhece um ‘trilheiro’ de formigas? Não seguem elas umas as outras
pelo odor deixado? Que tal sair do trilheiro? A primeira formiga que sair
deixará o odor do amor real.
Funciona? E como!!... Muitas
outras a seguirão.
Quanto tempo ‘dura’ o amor?
Não sei... vocês é que escolhem. Para começar sugiro as palavras de um ser
iluminado que passou por aí... Que seja eterno enquanto dure!!
Aleluia!
Título e Texto: Ivan Ditscheiner,13-04-2014
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