terça-feira, 17 de junho de 2014

Eleições brasileiras, um labirinto complicado


Almir Papalardo
Ah!... as eleições...!  Liberdade incondicional, ou permanecer prisioneiro?
Consta na constituição federativa de todos os países democráticos a realização de eleições para que o povo escolha através da contagem de votos, os seus candidatos preferidos, para que eles dirijam por um determinado período os destinos da nação.

Nada mais justo e correto. O candidato que obtiver a maioria de votos, assume a missão para o cargo disputado, por vontade própria e irrestrita da maioria absoluta dos eleitores. Daí, a séria responsabilidade dos cidadãos votantes, que têm o privilégio e a confiança dado pela Constituição Federal para concederem poderes aos seus votados. Isto é a verdadeira democracia, donde a criação e o acerto do slogan: "O poder emana do povo"!

As eleições brasileiras tornaram-se por demais complicadas para os eleitores, virando um imenso labirinto enigmático, com várias saídas (cada uma representa um partido), mas, somente conseguem encontrar apenas duas saídas. Uma representando o PT e a outra saída o PSDB. As outras permanecem em desuso por falta de políticas óbvias e falta de verdadeiros estadistas.

Tem sido assim durante duas décadas. E pelo andar da carruagem parece-nos que vai ultrapassar estes vinte anos de mesmice, se nada de diferente acontecer, o que pode ser muito mal para os eleitores que não aceitam e esperam por reformas profundas no sistema eleitoral.

Almejam um governo diferente, que implemente renovações, com novas políticas, novas idéias, enfim, uma nova direção que anule os vícios enraizados nas atuais governanças do país. Exigem um presidente irrepreensível, que seja a perfeição personificada. Que diga com todas as letras que vai fazer justiça aos aposentados... É o sonho eterno do sofrido e iludido aposentado!

Já se esqueceram que Lula nas suas campanhas para ganhar o trono brasileiro jurou amor eterno aos aposentados, condenando FHC de ser o homem mau dos segurados do RGPS. Jurou maquiavelicamente uma aposentadoria igual a do aposentado europeu, recuperando-lhes as perdas sofridas no péssimo governo anterior. Por isso não devíamos jamais confiar em promessas. Devemos não acreditar, nem desacreditar, ficando sempre atentos e esperançosos, em cima do muro.

Conseguiu Lula convencer aos previdenciários a adquiriram maior ódio de FHC, jogando areia nos olhos dos aposentados, numa maestria que foi além do que ele mesmo esperava, porque, muitos aposentados não aceitam mais que nenhum novo presidente do Brasil seja do PSDB, permitindo assim ao PT, através de Dilma, continuar perpetuando-se no poder. Esta certeza foi mostrada nas eleições de 2010, quando os aposentados preferiram um reajuste de 5% dado por Dilma, ao reajuste de 10% que nos daria José Serra se ganhasse as eleições (?!) Alguém compreende?
 
A presidente Dilma do PT, segundo as recentes pesquisas, ainda continua como favorita, apesar das manifestações populares iniciadas há um ano contra a gestão petista. Sabemos que essas pesquisas não são assim tão confiáveis, porém, servem como parâmetro, porque, acertam mais do que erram.

Como até agora não apareceu ainda um candidato de outro partido que nos indique uma outra saída do labirinto, porque não consegue se nivelar ao poderio e notoriedade dos candidatos petistas e tucanos que estão se duelando há muitos anos, dão-nos a certeza que teremos que repetir nas eleições de outubro próximo, as mesmas saídas até então usadas.

Já temos doze anos de governo petista que tem a absoluta certeza que conquistarão mais quatro anos para comandar o país, através da presidente Dilma, candidata à reeleição, o que realmente pode acontecer dado a um imenso percentual de amantes fiéis ao PT, que garantem àquele partido disputar pau a pau na hora da contagem final dos votos.

Ela poderia ser facilmente vencida, porque não tem a preferência da maioria da sociedade como muitos acreditam. Mas, o que fazer, se ainda existem eleitores que preferem permanecer anos e anos dentro do labirinto mal iluminado, úmido e sufocante, a darem os seus votos aos candidatos do PSDB, o mesmo partido de FHC, castigando os atuais candidatos tucanos pelo pecado cometido por Fernando Henrique contra os aposentados, há treze anos passados... É incrível! Poderão estar castigando a si próprios. Já ouvimos de aposentados, que desistirão de votar no candidato Aécio Neves/PSDB, só porque FHC resolveu apoiá-lo!

Abaixo um pequeno demonstrativo das eleições de 2010, provando o acerto dos argumentos acima, e com grande chance de ser repetido agora nas eleições de 2014 se certos eleitores não clarearem as suas mentes. Os totais de votos alcançados pelos candidatos foram arredondados e, os percentuais, foram calculados com base no total de eleitores cadastrados no TRE e não aos votos válidos.

- Dilma Rousseff/PT: 55 milhões de votos - 41%

- José Serra/PSDB: 43 milhões de votos - 32%

- Votos jogados na lixeira: 36 milhões de votos - 27%

Estes 36 milhões de votos inutilizados correspondendo a 27% dos 134 milhões de eleitores inscritos, impediram-nos de alijar o PT do comando da nação. Bastaria que a metade deste lamentável desperdício, ou seja 13,5% = 18 milhões de votos, já bastaria para que os aposentados cumprissem a promessa de derrotar Lula/Dilma/PT e Cia nas eleições.
Título e Texto: Almir Papalardo, 16-06-2014  

Um comentário:

  1. Infelizmente não há no horizonte político o surgimento de um líder de qualidade para fazer frente ao PT. O PT fez o seu ninho ao longo desses anos angariando a simpatia do segmento mais pobre da sociedade, embora com promessas demagógicas. E é este segmento fiel ao PT que pode tornar possível a reeleição de Dilma. Enquanto não surgir um líder da oposição com idéias claras e convincentes para mostrar a nocividade a longo prazo da ideologia petista, o Brasil terá que amargar , talvez, um futuro não condizente com uma verdadeira democracia. Estou visualizando uma bolivarização ou argentinizacao... Os velhinhos aposentados não vão ter vez neste governo petista...

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