segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dilma e seus quatro filhos de “pais” diferentes: uma fórmula mais grave que dois pais para um filho

Cesar Maia           
1. Em 2010, Serra e Marina tinham um candidato a governador no Rio: Gabeira. Administrar esse processo não foi fácil, pois se teria que ajustar agendas, não só dos candidatos a presidente como dos partidos locais, já que só o PV acompanhava Marina. O resultado desse processo – tipo Dona Flor – prejudicou SERRA e Gabeira e favoreceu Marina, cuja verticalidade partidária a ajudou.
           
2. Agora, no Rio, temos um quadro curiosamente inverso e muito mais complicado. Uma candidata a Presidente – Dilma – e quatro candidatos a Governador. De cima para baixo, ou seja, de Dilma a seus quatro candidatos a governador, tudo parecia uma simples marcação de agendas separadas e em dias diferentes.
            
3. Mas, de baixo para cima é muito, muito mais complexo. Os eleitores têm uma colagem de rotina e maior com os candidatos locais a deputados e a governador. O eleitor mobiliza e é mobilizado para as campanhas de deputados e governador. E – pela prevalência da campanha presidencial – Imagina cobrir seus candidatos locais com o guarda-chuva presidencial
           
4. Mas os quatro candidatos a governador que têm Dilma como candidata a presidente disputam a eleição entre si e, muitas vezes, de forma áspera e atritosa. Ao ver Dilma com outro candidato a governador adversário seu, a reação espontânea é considerar Dilma uma traidora de seu candidato a governador.
           
5. E – imaginando o eleitor – que Dilma vai favorecer seu adversário, esse eleitor, das duas uma: ou passa a criticar Dilma ou não faz mais campanha para ela. Seja um ou outro desdobramento, quem sai prejudicada é Dilma, mais que qualquer um dos quatro candidatos a governador aos quais está associada. A fórmula UMA PARA QUATRO de 2014 é muito mais grave que a fórmula DOIS para UM de 2010. E olhem que DOIS paraUM em 2010, além de ter sido difícil de administrar, ainda prejudicou um candidato a presidente e o candidato a governador.
         
6. E quando entrar a TV, tudo fica mais complexo, pois Dilma pode aparecer nos programas de TV dos quatro. Aí a traição passa a ser explícita e o prejuízo ganha escala, pois as reações virão à vista. Os que imaginavam que seria uma vantagem para ela, pois teria mais tempo de TV nos dias dos governadores, quando olharem as pesquisas locais, verão o tamanho do problema que foi criado para Dilma e seus quatro filhos.
Título e Texto: Cesar Maia, 28-07-2014

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