sexta-feira, 25 de julho de 2014

O conflito israelo-palestino, os delinquentes e os cínicos

Reinaldo Azevedo
O Hamas e a Jihad Islâmica, que são grupos terroristas, e a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente como governo legal dos palestinos, convocaram nesta sexta um “Dia de Fúria”, desta feita na Cisjordânia, o território controlado pelo Fatah, grupo ao qual pertence Mahmoud Abbas, presidente da AP. O esforço, como se vê, é para levar o caos da Faixa da Gaza, onde se dá a guerra entre Israel e o Hamas, para a Cisjordânia, que vivia dias naturalmente tensos, mas estava relativamente em paz. Que líder, com um mínimo de responsabilidade, faz essa escolha? Confrontos com as forças israelenses fizeram cinco mortos. Na Faixa de Gaza, a Al Aqsa, televisão controlada pelo Hamas, começou a divulgar canções pró-Intifada, pró-levante.

O confronto, até agora, já matou mais de 800 palestinos. São 36 os soldados israelenses mortos, maior número de baixas desde a Guerra do Líbano, em 2006. É lamentável? É. Faz-se necessário um cessar-fogo imediato? Sim. E quem não permite que isso aconteça? O Hamas, que é, desde sempre, a força agressora nesse conflito — pouco importa o que cada um de nós pense sobre a questão israelo-palestina. Para um cessar-fogo, o Hamas exige o fim do bloqueio a Gaza. Ora, isso é o que eles já pediam, usando essa reivindicação como justificativa para jogar seus milhares de foguetes contra Israel. Se, antes da reação militar, Israel não cedeu — no que fez muito bem —, por que cederia agora?

Contabilidade de mortos não confere superioridade moral a ninguém, especialmente quando um dos lados do conflito, como é sabido, recorre a escudos humanos. Israel hesitou em dar início à ofensiva terrestre — e tratei aqui desse assunto — porque é claro que o resultado seria terrível, dadas as características demográficas de Gaza e a forma de luta escolhida pelo Hamas, que não distingue civis de homens em guerra.

O governo brasileiro continua a produzir delinquências políticas a respeito. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidente Dilma para assuntos internacionais, afirmou, por exemplo, que há um “genocídio” em Gaza. É ideologia rombuda misturada a ignorância. Acusar os judeus, que foram vítimas da tentativa de extermínio nazista — este, sim, genocida —, de tal prática é só uma das formas de negar o Holocausto. Mas nada me surpreende nessa gente.

Garcia, um prosélito vulgar de causas ruins, escreveu um texto com ataques a Israel num desses panfletos de esquerda de que se serve o governo. A política externa brasileira virou uma chanchada macabra. O Itamaraty, como se sabe, emitiu uma nota em que condena explicitamente a ação israelense, ignorando solenemente os ataques do Hamas. A chancelaria de Israel afirmou que a opinião do governo brasileiro era irrelevante. Indagado a respeito, Garcia diz que não responderia ao “sub do sub do sub”. A ignorância é sempre arrogante.

Se há mesmo vozes dispostas a falar em nome da paz, a única coisa sensata a fazer neste momento é apelar para que o Hamas aceite o cessar-fogo para que se possa abrir um corredor humanitário em Gaza para atender as vítimas. E termino com uma questão que pede uma resposta. O Hamas jogava milhares de foguetes em Israel sob o pretexto de pedir o fim do bloqueio a Gaza. Israel não cedia porque o grupo quer as fronteiras abertas para que possa se armar com o propósito de atacar o país. A situação estava se tornando insustentável, e uma nova incursão a Gaza seria fatal se os terroristas não suspendessem seus ataques. O mundo ficou calado diante da escalada do Hamas. Nesse contexto, o que restava a Israel senão se defender?

Os que se calaram antes diante da ação terrorista agora se dizem chocados com o número de mortos? Isso não é piedade, mas cinismo.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 25-07-2014

Um comentário:

  1. Caro Reinaldo Azevedo, se o prezado não sabe fique sabendo, esta guerra não vai acabar nunca porque ela vem de mais de 6 mil anos atrás desde o tempo de Abraão que teve dois filhos um era Isaque outro Ismael que segundo os estudiosos bíblicos vieram a se tornar um pai dos Israelitas outro dos Ismaelitas da qual vieram formar as tribos árabes em geral, portanto queira o Brasil, Estados Unidos ou outro qualquer país se meter com eles não vão conseguir pois quando menos se espera eles vão entrar em guerra um com outros então eu acho que o governo brasileiro deveria resolver os problemas interno que são muitos. O governo está se preocupando com 800 mortos na faixa de gaza e o que dizer dos 1010 companheiros meus da Varig que foram aposentados pelo fundo de pensão Aerus e vieram a falecer sem que seus direitos fossem recebidos, pois como eu trabalharam anos e anos para o engradecimento do Pais levando o nome do Brasil aos 5 continentes e hoje recebem 8 a 50% do seus vencimentos devido o governo não querer pagar o que temos direito. Isso sim é que é genocidio 1010 vidas valorosas, muitas vieram a cometer suscidio não suportando a miséria , a tristeza, o vexame, o estresse e tantos outros males que passararm a conviver . Caro Reinaldo ganhamos no STF um processo bilionário por 5 a 2 e temos outros em andamento e o governo sempre acha uma brecha para não nos pagar. Agora se preocupar com os lá de fora e deixar os de dentro passando as maiores agruras , isso sim é que é covardia. Sem falar nos outros aposentados pelo Brasil afora que a cada ano são massacrados por este famigerado fator previdenciário. É hora do brasileiro se unir e colocar pessoas mais humanas no destino de seu país. Sempre leio os seus comentários . Temos tão poucas coisas e o que nos resta e escrever o que sentimos para que todos venham a ter conhecimento da verdade. Paulo Melo ,funcionário da Varig por 40 anos esperando um milagre acontecer para ter dias melhores,

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