quinta-feira, 24 de julho de 2014

O fluxo de dinheiro da América Latina para os EUA

LATINO-AMERICANOS TIRAM SEUS CAPITAIS DO ALCANCE DO SOCIALISMO EM SEUS PAÍSES E CAUSAM UM "BOOM" IMOBILIÁRIO EM MIAMI.

Francisco Vianna

A rápida construção de prédios residenciais em determinadas áreas emergentes de Miami, reflete como muitos sul-americanos derivam para os EUA seus capitais que deveriam estar sendo aplicados em seus países.

A rápida construção de novos prédios de condomínios em certos mercados da Flórida, mormente de Miami, mostra o modo como os latino-americanos estão preocupados em investir seus capitais fora de seus países, cada vez mais ameaçados pelo avanço dos regimes socialistas a que estão submetidos.

Isso está a fazer com que o mercado imobiliário de Miami tenha alcançado altas cifras contabilizadas no seu auge esse ano, coisa que só se observava antes da crise de 2008, com um crescimento avassalador atribuído aos bolsos dos latino-americanos, sobretudo aos argentinos, brasileiros, colombianos e venezuelanos.

De fato, o mercado do sul da Flórida tem sofrido um repique de crescimento raramente visto nas últimas décadas em função da demanda de residências de alta qualidade, como ocorre em vizinhanças emergentes como a de Doral, East Edgewater e Miami River.

Destacados especialistas em mercado imobiliário e tendências no setor chegaram a essa conclusão durante a primeira conferência internacional da Forbes Latam dos Imóveis do Sul da Flórida, levada a cabo na última quarta-feira em Miami. Perto de trezentos profissionais do setor de bens duráveis compareceram a esse evento para analisar, em diferentes sessões, o papel dos investimentos latino-americanos no "renascimento" da indústria imobiliária no sul da Flórida.

Essa “explosão imobiliária” que ocorre em áreas emergentes do sul do estado norte-americano tem como origem a região conhecida como a “capital do sol”, onde até cerca de 80% do capital investido em construção civil é proveniente de economias de investidores e compradores – não necessariamente ricos – vindos principalmente da América do Sul.

Andrés Asión, um vice-presidente da Imobiliária International Fortune explicou que “argentinos, brasileiros, venezuelanos e colombianos são os que mais têm revitalizado o mercado imobiliário de Miami – dessa vez de modo sólido e sem as facilidades exageradas do setor bancário, que acabaram gerando a bolha do 'subprime' na América – como consequência da fuga de capitais de seus países de origem.

Tal fuga de capitais decorre, principalmente, pela crescente falta de segurança jurídica proporcionada pelo avanço do socialismo nesses países e a falta de perspectiva de progresso real onde a indústria da construção civil tem sofrido uma progressiva piora de qualidade. E, em sua opinião, esse novo "boom" imobiliário em Miami ocorre exatamente pelo aumento significativo da demanda de segurança jurídica associada à qualidade das construções residenciais.

“Vendemos aproximadamente um bilhão de dólares de residências na planta e outro bilhão de dólares em unidades para habitação imediata”, que, segundo Asión, são cifras que demonstram em si a “grande revitalização” deste mercado.

Paralelamente, a este fenômeno expansivo no investimento de sulamericanos no setor, ocorre também, como não poderia deixar de ser, um aumento considerável na imigração sulamericana de mão de obra qualificada, que tem sido muito bem vinda aos EUA, é claro.

Essa Imigração tem sido particularmente alta por parte de venezuelanos e argentinos fugindo da mazela que tem sido o "bolivarianismo" e o "neoperonismo" em seus respectivos países. Muitos brasileiros também estão se transferindo com armas e bagagens para o sul da Flórida, descrentes e receosos dos rumos seguidos pelo Brasil.

Toda essa movimentação de dinheiro e investimento tem feito, de fato, o metro quadrado de construção civil residencial sofrer uma valorização importante, da ordem de 50% no último ano. “Quando estourou a crise do 'subprime', o metro quadrado em condomínio chegou a custar menos de 400 dólares, mas hoje já passa dos 600 dólares”.

Com isso, os capitais que poderiam estar sendo investidos em seus países de origem, acabam sendo aplicados em países onde há uma sólida segurança jurídica e capitalista, que vem desaparecendo em muitos países da América do Sul.

Apesar do tradicional combate estadunidense ao socialismo no mundo, parece que agora, os norte-americanos parecem cada vez mais satisfeitos com o socialismo no resto do continente. A única preocupação de Tio Sam é a de conter a horda de esfomeados e aventureiros que tenta todo o dia cruza a fronteira do Rio Grande para engrossar o contingente de imigrantes ilegais no país.

Quanto a nós, aparentemente incapazes de contornar o populismo demagógico de líderes messiânicos cada vez mais ricos em seus governos, vamos amargando ladeira abaixo a queda do padrão de vida em contraste com a opulência dos "capitalistas de estado" na América latina, que não estão nem aí para as dificuldades dos seus povos.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 24-07-2014

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