sábado, 26 de julho de 2014

Petralhas temem que escândalo de lavagem de dinheiro no Banco Espírito Santo chegue ao “Pai e ao Filho”

Jorge Serrão

Petralhas acompanham, com uma lupa banhada a ouro, as consequências da Operação Monte Branco, iniciada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Portugal, para apurar transferências ilegais entre gestores de fortuna, em um dos maiores escândalos globais de lavagem de dinheiro. Ontem, alguns ricos políticos brasileiros ficaram “apertadinhos” com a detenção provisória do banqueiro Ricardo Salgado, diretor executivo do Grupo Espírito Santo e patriarca da família que empresta o nome à instituição financeira com a qual membros da cúpula petista costumavam fazer negócios e investimentos. Pavor maior: o escândalo português pode ter ligações com a Operação Lava Jato no Brasil...

Ricardo Salgado (foto) pagou fiança de € 3 milhões e voltou para casa, no Estoril. Mas o que ele falou em sete horas de depoimentos aos promotores lusitanos pode ter complicado a vida de alguns brasileiros, principalmente políticos “novorricos” que tinham negócios bilionários com o Grupo Espírito Santo, e muito dinheiro depositado no BES. Um dos alvos da investigação do Ministério Público português são as triangulações entre Portugal, Brasil e países africanos (principalmente Angola e Moçambique). Suspeita-se que muito dinheiro seja lavado em jogadas de compra e venda de diamantes e em operações nas bolsas de valores, em súbitas trocas de ações de grandes empresas.

Os “investidores” brasileiros andam apavorados porque o Grupo Espírito Santo vive um inferno político-econômico. O governo e o Banco Central de Portugal têm dito que o BES tem capital suficiente para enfrentar os riscos decorrentes de dívidas da família. No entanto, a Espírito Santo International (ESI), holding controlada pelo Grupo Espírito Santo (GES), já entrou com “pedido de proteção contra os credores” na Justiça da Luxemburgo. Como a medida tem o mesmo efeito da recuperação judicial no Brasil, a conjuntura fica obscura.

As incertezas são grandes. A holding Rio Forte, que integra o Grupo Espírito Santo, falhou em pagar mais de US$ 1 bilhão em dívida à Portugal Telecom (cuja sigla, por ironia, é PT). O grupo de telecomunicações foi obrigado a aceitar um corte em sua parte na empresa resultante da fusão com a brasileira Oi – na qual membros da cúpula petista e aliados teriam grande volume de ações ordinárias e preferenciais. Investidores minoritários da PT vão entrar com ações contra os dirigentes da empresa, por não terem avaliado, de forma correta e transparente, os riscos da dívida das empresas envolvidas na fusão.
Título e Texto: Jorge Serrão, Alerta Total, 26-07-2014
Via Luciano de Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-