Há um fenômeno interessante
relacionado ao movimento LGBT: sempre que eu escrevo um texto a respeito, eles
simplesmente enlouquecem, mesmo que meus argumentos sejam muito mais
libertários do que qualquer um deles possa sequer conceber. Eles entram em
ataque histérico e não conseguem compreender absolutamente nada do que foi
escrito.
Fico até imaginando o choque
deles ao descobrir que eu não tenho absolutamente nada contra o casamento gay,
nem contra a adoção de crianças por gays. Para mim, o estado não deveria
proibir ninguém de fazer o que quiser, desde que isso não cause impactos
diretos nas vidas de terceiros. Aliás, não sou religioso e minhas análises são
bastante amparadas pelo darwinismo. Mas duvido que algum deles sequer leia esse
trecho. A mente deles com certeza editará a informação.
Ao falar sobre o movimento LGBT, eu me sinto o personagem Dr. Doolittle, que conversava com animais. Minto. Eles nem conseguem me entender, ao contrário do que ocorria com o personagem de Eddie Murphy. E daí o resultado das litanias deles é sempre ridículo, como podemos ver no texto de um tal Alex Antunes intitulado A semântica assassina da homofobia, suposta refutação ao meu texto Suspeito de matar jovem gay em GO tinha relações sexuais com a vítima: lá vai mais um truque sujo de “homofobia mata” para a lata do lixo, do qual ressalto esse trecho em particular:
Como quase sempre ocorre quando
um gay morre de forma bárbara, o movimento LGBT tenta jogar a culpa nas costas
daquilo que eles chamam de “homofobia”, que na verdade é o direito de um
sujeito optar pela heteronormatividade.
Notaram o que eu escrevi? É
importante, pois o Sr. Alex Antunes não percebeu esse detalhe. Eu não tentei
livrar a cara dos verdadeiros homofóbicos, mas daquilo que o movimento LGBT
chama de “homofobia”, o que é completamente diferente.
Quem quer que já tenha lido um
texto meu de janeiro de 2013 já teria percebido que eu jamais neguei a
existência de crimes homofóbicos. O texto é o seguinte: Al Pacino em um filme sobre a verdadeira homofobia e as consequências devastadoras do aceite de uma rotulagem injusta e criminosa. Aliás, vou até colocar de
novo o trailer do filme que eu mencionei, “Cruising”, dirigido por
William Friedkin (o diretor de O Exorcista) em 1980:
Naquela época, eu escrevi de forma bem clara: “isso, sim, é homofobia”. E pelo que se vê na notícia comentada por mim, parece ter sido exatamente isso que vitimou o jovem João Donati: homofobia de verdade. Não aquilo que eles imputam aos evangélicos e demais conservadores que valorizam a família tradicional. Em síntese, era essa a tonalidade do meu texto.
Agora veja o que o infeliz
Antunes escreveu:
Nesta sexta-feira foi preso o lavrador Andrie Maycon Ferreira,
assassino do garçom João Donati. O crime ocorreu na quarta-feira, em Inhumas,
na região metropolitana de Goiânia. As primeiras notícias davam conta de um
bilhete homofóbico deixado no corpo, e de indícios de tortura, como as pernas
quebradas da vítima. A polícia depois desmentiu o bilhete e a tortura. Uma
onda de textos “aliviados” (sem trocadilho), como este aqui [o meu texto],
comemoraram o fato do assassino ter tido relações sexuais com a vítima, o que
descaracterizaria as alegações de homofobia. O mesmo tipo de inquietação
contaminou as declarações do delegado, que afirmou que era possivelmente um
crime “passional”, mas certamente não homofóbico.
Antunes estava evidentemente
histérico quando escreveu isso, pois meu texto não menciona nenhum tipo de
“alívio”, mas uma constatação do óbvio na quase totalidade desses casos:
Donati não foi vítima daquilo
que o movimento LGBT chama de “homofobia”. Ele foi vítima de um sujeito gay que
manifestava fortes traços de homofobia, exatamente igual aos psicopatas do
trailer do filme que mencionei. Aí ele mistura no mesmo balaio o meu texto (que
tem uma tonalidade mais liberal/libertária) com as declarações de um delegado
que não tocou absolutamente em nenhum dos meus pontos em discussão.
Como se vê, até aqui Antunes
não disse coisa com coisa, mas a situação piora:
Não creio que o depoimento do assassino alivie em nada o problema
de quem se diz contra a “conspiração gay”, muito pelo contrário. Os moralistas
tentam traçar entre eles e o assassino um risco, ao dizerem que foi um problema
entre dois gays (o que o delegado quer chamar de maneira forçada de “crime
passional”, onde não havia paixão nenhuma). Mas esse traço de separação na
verdade está entre o assassino e a vítima. E deixa os fundamentalistas e o
assassino do mesmo lado: o de quem tem um profundo desconforto com o sexo entre
homens.
De novo um argumento
completamente histérico e sem o menor sentido. O truque é o de sempre. Existe
homofobia. Até aí tudo bem. Daí em diante o movimento LGBT inventa que
discordar do comportamento gay é “homofobia”. Claro que não é. Qualquer pessoa
intelectualmente honesta sabe disso. Como sói ocorre nesses casos, quando
ocorre um crime homofóbico, o picareta imputa a culpa naqueles a quem desonestamente
chama de “homofóbicos”.
Na verdade, o crime foi um
problema entre dois gays, e a homofobia parece ocorrer em maior quantidade
entre eles. Não dá para negar que é possível que, por sentirem-se
inferiorizados por não fazer parte do comportamento normativo, impulsos
homofóbicos podem surgir. Mas isso não é culpa de quem prefere a normatização
do comportamento heterossexual, mas da fragilidade psicológica de alguém em
lidar com o fato de ser uma minoria comportamental.
Eu sou ateu e teria motivos
para me sentir “excluído” de outros círculos. Mas jamais me senti mal com isso.
E não me sentiria se fizesse parte de uma minoria sexual. Essa é uma dica para
os gays: aprendam a conviver com o fato de serem uma minoria que não perfaz o
comportamento normativo. Vão sofrer muito menos assim e serão mais felizes. Não
deem ouvidos ao movimento LGBT, que só vive atrás de criar falsas guerras de
classe em busca de dividendos políticos.
Aliás, esse discurso LGBT
tentando fazê-los se sentir “vítimas da sociedade” pode aumentar o sentimento
de auto-rejeição de muitos gays. Pode-se argumentar que o movimento LGBT é
muito mais culpado pela homofobia do que são os pastores evangélicos.
Assim como tem muito mais gay
não-praticante por aí do que parece – exatamente os que querem parecer que não
são. Ao “denunciarem” as preferências alheias, ou mesmo ao simplesmente não
conseguirem deixar de abordar o assunto com um humor tenso, eles se denunciam.
É só olhar para quem acha preferência sexual um grande problema – ou uma grande
piada. Eu arriscaria dizer que a homofobia é quase sempre auto-homofobia,
sensação de inadequação. E isso mata.
Deve ter muito mais gays
não-praticantes do que parece mesmo. E se o movimento parar com esse truque de
fazê-los se comportar como vítimas, talvez muitos deles sairiam do armário mais
felizes, encarando as dificuldades de cabeça erguida. Há um livro
interessantíssimo sobre isso chamado The Way of Men, escrito por um
homossexual, Jack Donovan. Ele mudou radicalmente seu comportamento,
desenvolveu noções de liderança, lutou para se destacar em seu ramo de atuação
e, de repente, ninguém mais o discriminava. Não é interessante?
Aliás, o mundo corporativo
está repleto de gays em posições de liderança. E todos ficam pianinho diante de
alguém demonstrando competência, sendo heterossexual ou homossexual. Por que
isso acontece?
Por que existem homossexuais que não dão
ouvidos às baboseiras do movimento LGBT. Serão muito mais felizes, pois a
sociedade já possui leis para protegê-los de crimes, da mesma forma que os
heterossexuais são protegidos. O resto é vitimismo artificial histérico criado
pelo movimento LGBT, querendo causar sentimentos de auto-rejeição neles. Enfim, nada é mais danoso para os gays do
que o movimento LGBT. Assim como nada tem sido mais danoso para as mulheres que
o movimento feminista. As verdadeiras conquistas pela liberdade dependem do
iluminismo, não de bizarrices como movimento LGBT e feminismo, que são
amparados em simulações artificiais de guerras de classes.
Mas a coisa é ainda pior: como
a canalhice de falsificar a realidade não encontra limites, eles tentam culpar
os evangélicos e conservadores em geral por causa de crimes envolvendo
homofóbicos, tudo por que inventaram uma propaganda sórdida dizendo que
“qualquer pessoa opinando em favor da normatividade da família tradicional
é um homofóbico”. Esse é com certeza um dos truques mais sujos já
criados por mentes deformadas que arquitetaram o movimento LGBT.
Como vemos aqui, Alex Antunes
leu um outro texto (mas não o que eu escrevi) e argumentou com base
em seus truques já desmascarados – em especial o truque da falsa
homofobia, que não deve enganar ninguém que leu o texto Como neutralizar os truques do PT na questão da falsa homofobia.
Se Alex Antunes sofre
discriminação em sua vida deve ser por outro motivo que não o comportamento
homossexual, que nem sei se ele manifesta ou não (e isso é irrelevante aqui).
Mas dificilmente quem escreve
um texto como o dele consegue encarar outras pessoas de frente, e com
dignidade, principalmente mostrando honra. É por isso que ele consegue ter a
cara de pau de acusar religiosos de culpas que eles não têm. É o oposto: o movimento LGBT tem sido o maior causador
de tensões desnecessárias entre heterossexuais e homossexuais.
Como agravante, lutam para
fazê-los se sentir inferiores, ao invés de estimulá-los a superar a dificuldade
de serem uma minoria comportamental. Como promotor do discurso LGBT, ele devia
se olhar no espelho para buscar as causas da verdadeira homofobia.
Mas ele jamais terá a coragem
de encarar a questão dessa forma. Sabem por quê? Por um motivo: quem nasceu
para ser um Alex Antunes jamais será um Jack Donovan.
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 16-09-2014
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