Jonathas Filho
Certa vez senti-me censurado
por não ter agido politicamente correto em não aceitar as atitudes
arrogantes e prepotentes de um colega, o qual não citarei o nome, pelo absurdo dele
se considerar meu “superior” na empresa na qual nós trabalhávamos, em iguais
condições.
Dizia ele ser mais antigo e
que isso lhe dava autoridade, portanto, tinha o “direito” de me dar ordens. Eu
retruquei que ele não era mais antigo, pois a meu ver ele só tinha um ano de
empresa e que os outros cinco anos anteriores que ele afirmava ter, ele repetiu
vergonhosamente sem agregar à carreira profissional dele qualquer melhora
qualificativa, sem um upgrade, com
zero de conhecimento somado a nenhuma experiência e a qual foi adicionada, nada
de respeito e humildade, pelas suas atitudes já criticadas por todos que o
conheciam.
Enfurecido, não imaginando que
aquela seria a minha resposta, foi queixar-se a um outro colega que estava a
poucos metros nos observando. O colega, fazendo o tipo “ Xerife John Wayne” lhe
disse em tom afável mas revestido de energia: “Calma, o chefe aqui sou eu e você, por favor, não me crie problemas com
os seus colegas”.
Durante o brieffing, o Chefe
comentou que às vezes, um colega se julga o mais apto a transformar o demorado e pesado serviço em suave e rápido... mesmo
sem autoridade para determinar tal
modificação; quando o que se deve executar são as normas e sequências conforme
estabelecidas, mas que ainda assim deveríamos ser politicamente corretos
para não ferir suscetibilidades. Talvez o melhor a ser dito nesses momentos
seja: “Com certeza é melhor consultar o
Chefe!”
Nos dias de hoje, já com o
peso da experiência a curvar-me aos joelhos, pergunto aos meus botões o porquê
de ter de ser e de falar de forma mais branda. Será que as respostas brandas
desviam o furor enquanto as palavras mais duras suscitarão a ira? Deve-se falar
usando dos sofismas, usando de “maquiagens” e outros argumentos para
disfarce e dissimulação, dizendo a mentira com sabor de verdade?
Devemos então chamar a incompetência de “distração momentânea”, os atos de corrupção de “mal-feitos”,
os roubos de desvios temporais, a apropriação
indébita de “erro contábil”, a malversação
de recursos de “cálculos não previstos”, os impostos escorchantes de “contribuições”,
os serviços públicos ineficientes de
“sistema que carece de investimentos”.
Enfim, elegemos o eufemismo
como a melhor figura de linguagem da língua portuguesa, principalmente quando
não queremos ser diretos, objetivos e francos. Vocábulos que poderiam causar
muito “desconforto” ao serem substituídos por outros eufemisticamente, somente com
a finalidade de suavizar uma expressão, perdem o sentido e a intensidade.
A nossa atual realidade está
“recheada” disso e, deliberadamente, usam essa forma denominada de “politicamente
correta” para reduzir o impacto e as consequências danosas, mitigando
certas palavras. Culturalmente, vejo que à medida que beiramos a ficção e não
vivemos de fato a nossa realidade, passamos a ser hipócritas e cúmplices por
não gritar a nossa insatisfação e revolta, deixando de colocar os devidos
freios e controles naqueles que tem “tendências” à burla, à transgressão e à
ilicitude. Para eles tem de ser a letra fria da Lei...
DURA LEX SED LEX!
É absurdo ver pessoas que
sequer parecem verdadeiras ou que nem mesmo aparentam serem qualificadas,
aparecerem nas telas e/ou cartazes, invadindo
e poluindo a nossa visão e audição solicitando votos, “desfilando” e
“destilando” uma série de mentiras com habilidosa desfaçatez, para depois... se
eleitos, locupletarem-se por mais quatro longos anos. É preciso usar a verdade
e expor publicamente os culpados e seus atos ilícitos cometidos, pois assim de
fato, o conceito de ficha limpa se
torna coerente.
Na minha opinião,
politicamente corretos têm de ser obrigatoriamente...
todos os políticos, envolvendo e permeando com essa atitude, todos os atos
deles na vida pública.
Título e Texto: Jonathas Filho, 27-9-2014
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