Reinaldo Azevedo
A estarem certos os números do
Ibope, e espero que estejam, São Paulo fará a escolha certa no caso do Senado:
o tucano José Serra aparece com 34% das intenções de voto, seguido por Eduardo
Suplicy, do PT, com 25%.
Suplicy é aquele senhor que está há 24 anos no Senado,
ambiciona mais oito e oferece como diferencial aos eleitores a afirmação de que
é honesto, de que não rouba ninguém. Que bom, né? Não roubar ninguém é uma
obrigação. A esmagadora maioria dos paulistas e dos brasileiros age assim. Eu
ajo assim. E não me sinto preparado para ser senador. Desde quando só a
honestidade credencia alguém para esse cargo?
Ao longo desses anos, quais
são as propostas de Suplicy para São Paulo, além do tal programa Renda Mínima,
aquele exotismo que pagaria uma pensão fixa a pobres e ricos? Com a devida
vênia, sob qualquer ponto de vista que se queira, pouco importa a ideologia do
analista, trata-se de uma piada. Infelizmente, ao longo do tempo, Suplicy fez
algumas coisas que esbarram, sim, na desonestidade, mas não aquela do Código
Penal. Refiro-me à desonestidade intelectual. Fez-se notório por declamar ou
cantar em plenário e foi flagrado na estranha defesa de gente como Cesare
Battisti e os sequestradores de Abílio Diniz. E isso tudo é apenas um fato.
Kassab, do PSD, aparece com
5%. Não sou adepto de voto útil em eleições em dois turnos. Eu, por exemplo,
não mudei minha opção de voto na eleição presidencial. Vou votar em Aécio
Neves. Se ele chegar ao segundo, confirmo; se não chegar, aí verei — está dado
que não votarei em Dilma porque não posso sufragar o nome de alguém que
pertence a um partido que me põe numa lista negra.
Estando certos os números do
Ibope, ou Serra ou Suplicy será o senador de São Paulo. Não existe segundo
turno, certo? Há apenas uma votação. Houvesse uma situação de empate técnico (o
Ibope diz que não; aguardem o Datafolha), os eleitores de Kassab, e é apenas
uma questão objetiva, poderiam estar contribuindo para reeleger… Suplicy!
Imaginem… Trinta e dois anos no Senado!!! O poeta Ascenso Ferreira perguntaria:
“Pra quê?”. E responderia: “Pra nada!”.
Seja útil a São Paulo, eleitor
paulista! A disputa pelo Senado só tem um turno.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 24-9-2014
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