terça-feira, 28 de outubro de 2014

Aécio fez tudo certo no Brasil todo: menos em Minas Gerais!

Cesar Maia
         
1. A dinâmica das campanhas eleitorais dificulta a análise correta dos especialistas. Avaliam e julgam as campanhas pelos resultados, como se as campanhas se confundissem com os resultados. Não é assim.
         
2. É básico analisar o resultado de 26 de outubro tendo como referência a expectativa que se tinha antes do início da campanha. Olhar de lá para cá, passando por um quadro cômodo de três candidatos com Eduardo Campos, que levaria Aécio ao segundo turno, depois pela entrada de Marina, que se transforma em favorita, até o dia de hoje, com os resultados pelo Brasil todo, há de se convir que Aécio fez uma extraordinária campanha e obteve um resultado brilhante.
         
3. Venceu no Sul, venceu no Sudeste, venceu no Centro-Oeste, reduziu muito a vantagem que Dilma havia obtido no Norte em 2010, e repetiu a mesma performance de Serra no Nordeste, região onde todo o esforço administrativo, político, econômico, social e eleitoral de Dilma estava concentrado.
         
4. Os 40 pontos de vantagem de Dilma no Nordeste – que representavam 10 pontos de vantagem nacionalment – seriam superados com as vitórias no Sudeste e no Sul, e com um empate na soma das regiões Centro-Oeste e Norte. E assim foi, rigorosamente.
         
5. Sobre os votos totais, Aécio obteve 45%, crescendo uns 5 pontos além dos 40% que, no calor do final da campanha, diziam que não votariam nele de jeito nenhum. Dilma obteve 48%, crescendo 8 pontos sobre os que diziam não votar nela de jeito nenhum.
         
6. A diferença de 3 pontos é, na verdade, a metade, ou 1,5, numa eleição de 2 candidatos. Minas Gerais representa quase 10% do eleitorado nacional. Dilma venceu em Minas por 5 pontos. Portanto, se Aécio tivesse vencido em Minas por 10 pontos apenas, teria empatado a eleição.

7. Os mais pessimistas projetavam uma vitória em Minas por 20 pontos, o que daria uma vitória nacional clara. Mas o que ocorreu em Minas? Depois dos resultados, qualquer análise é de engenheiro de obra feita. Mas vamos lá opinar com o óbvio.
         
8. Foram cinco os fatores. Descuido com "nordeste", que entra por Minas: o Norte de Minas. A escolha de um vice para Anastasia que, com a saída dele para o senado, não garantiria uma liderança política sólida para lhe dar base na campanha. Um atraso na entrada em Minas, supondo que os votos viriam por inércia, como com JK em 1955. A preparação de um candidato de perfil vencedor para ser candidato a governador. E, finalmente, a coragem para fazer refluir o candidato a governador quando a bola do que chamaram de mensalão mineiro foi levantada.
          
9. Aécio fez uma campanha brilhante. Tudo certo. E errou onde qualquer um erraria; para quem foi um governador excepcional, um senador eleito e elegendo o governador, por larga margem: imaginar que os votos viriam viria por inércia. Talvez tenha faltado lembrar que nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, os candidatos do PSDB perderam em Minas, o que sinalizaria uma preocupação, como a que teve em todas as demais regiões.
        
10. Em tempo: pífio o resultado da família Campos em Pernambuco apoiando Aécio e ficando na média do Nordeste. 
Título e Texto: Cesar Maia, 28-10-2014

3 comentários:

  1. Cesar Maia tem muita tarimba política e deve estar certo nesta sua análise do motivo que fez Aécio Neves perder a eleição. Na minha frágil e desqualificada opinião, continuo acreditando que Aécio perdeu porque não teve do FHC o apoio necessário, como fez Lula, que com argumentos estrambelhados e desconexos, gritava a plenos pulmões pela vitória de sua pupila Dilma. Não precisava FHC sair do seu perfil de estadista sério, bastaria ter a humildade de fazer um vídeo para os aposentados, esclarecendo que quando se expressou chamando alguns aposentados de vagabundos, não estava se referido a TODOS os aposentados, como é espertamente distorcido pelos oportunos petistas. Bastaria também ele garantir que se Aécio fosse o eleito, aqueles projetos prejudiciais aos aposentados, que ele foi obrigado a criar pela crise que naquela época vivia a Previdência Social, iriam afinal entrar nas pautas de votação na Câmara dos Deputados. O que deveria ser confirmado por Aécio, naquele minuto e meio que teve no final do debate da Globo, para revelar as suas prioridades de gestão. E os aposentados, que são mais de nove milhões, que estão há 17 anos esperando que seus projetos sejam votados, todos, iriam até de maca nas suas zonas eleitorais para depositarem seus votos no Aécio Neves, superando por larga margem a diferença existente de pouco mais de três milhões de votos a favor de Dilma.
    Almir Papalardo.

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  2. Concordo mas saia do anonimato, eu exponho sempre minhas opiniões aparecendo, nao devo nada a ninguem, e outra todos nós temos o direito por lei de dar opinar ver rever opiniões vivemos num país democrático talvez nem tanto assim pois o PT tenta calar a boca de jornalistas com ameaças de corte da verba para as Tvs..caso SBT Rachel, entao nao vivemos uma democracia plena apenas por sede de poder, esperamos que o brasil volte a crescer volte ser respeitado, esperamos vermos os ladrões da Petrobras serem punidos, quero ver foi o discurso da Dilma, nao sobrara pedra sobre pedra, mas que é uma pedra no sapato dela, não tenha dúvidas

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    1. O comentário anterior está identificado: Almir Papalardo.

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