segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Aposentados, falar o quê?

Almir Papalardo

Nesta hora de amargura, após sofrer mais uma decepção, perde-se até a vontade de se lamuriar, de botar para fora a nossa frustração, por mais uma derrota, a terceira consecutiva, sofrida para o Partido dos Trabalhadores.

E nunca estivemos tão próximos da vitória! Perdemos por muito pouco com uma diferença de pouco mais de três milhões de votos a menos. E mais uma vez repete-se a falta de patriotismo, do dever cívico do cidadão, de querer exercer a cidadania, de fortalecer a democracia, quando foram novamente desperdiçados mais de 37 milhões de votos. Preferem ir à praia do que participar na escolha de novos candidatos, enfim, de darem uma reviravolta na atual situação adversa em que vive o cidadão brasileiro. É uma arma de defesa que nos dá a Constituição!

O povo brasileiro é mesmo muito desligado, acomodado, não querendo de forma alguma desperdiçar tempo algum com o deslocamento à zona eleitoral, preferindo pagar uma multa irrisória para não votar, para não atrapalhar a sua programação de um fim de semana! E considere-se também o hábito que têm de deixar ficar tudo como está, propiciando sempre aos presidentes da república a sua reeleição. Foi exatamente isto que aconteceu com FHC, Lula, e agora Dilma Rousseff, que ganharam o direito de governarem por dois mandatos seguidos.

Absorvido o golpe que quase nos levou ao nocaute, levantemo-nos, sacudamos a poeira e damos a volta por cima, porque a luta em si não terminou! Enquanto há vida, há esperanças. Lembremo-nos que existem três projetos da nossa libertação, encalhados na Câmara dos Deputados, pelos quais devemos lutar para não deixá-los ir para a lixeira, projetos estes que fazem com que não dependamos de nenhum partido político, nem de nenhum presidente que estiver governando. Eles estão emperrados naquela Casa há seis anos, mas estão sempre em evidência, porque sempre são mencionados, obrigando o governo a manter-se em alerta.

É verdade que estes três projetos, os PLs 01/07, 3299/08 e 4434/08, que já passaram pelo Senado Federal, encontram-se encalhados na Câmara dos Deputados, onde dois terços de aliados do governo petista, submissos, não permitem que eles possam ir sequer as pautas de votação. Portanto, não devemos criticar aqueles parlamentares que costumam citá-los, mantendo a vela da nossa esperança acesa, porque um dia eles irão, se Deus quiser, ao plenário para serem discutidos e votados.

Parece que a diferença desproporcional entre parlamentares da situação e da oposição, que dava ao governo tranquilidade para aprovar ou obstar qualquer projeto, diminuiu um pouco, mas ainda assim é grande o desequilíbrio a favor do governo. O Senado Federal ganhou um reforço de peso, o que me dá novo alento e aumenta as nossas chances por dias melhores. Eis os senadores que poderão dar dor de cabeça ao governo, formando uma grande equipe oposicionista: Aécio Neves, Aloysio Nunes, Álvaro Dias, acrescentando ainda, José Serra, Antônio Anastasia, Tasso Jereissati e Ronaldo Caiado, que podem muito bem endurecer o jogo com a presidente Dilma, obrigando-a a dar um trâmite legal àqueles projetos.

Amigos aposentados, temos que nos conscientizar que a nossa categoria não possui nenhuma representatividade, não despertamos o mínimo interesse dos poderes públicos, da sociedade, dos trabalhadores ativos, enfim, nem mesmo dos irmãos aposentados que recebem apenas o salário mínimo. Estão sendo beneficiados recebendo percentuais de aumentos bem superiores aos nossos, embora suas contribuições no passado, fossem sempre bem menores do que as nossas. Portanto amigos, prudência nas críticas aos parlamentares que se dignarem a falar nos nossos problemas, para não afastá-los. Precisamos de uma numerosa equipe de defensores, porque a atual, não passa de simples "gatos-pingados."

Retornemos à luta, amigos, porque a guerra ainda não terminou... 
Título e Texto: Almir Papalardo, 27-10-2014

7 comentários:

  1. De um pequeno trecho de sue texto ...
    eles irão, se Deus quiser, ao plenário para serem discutidos e votados.

    Então lhe pergunto:
    E se Deus não quiser??

    Ivan A Ditscheiner

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  2. Não seja injusto com Deus, meu amigo Ivan! Quando é que Deus iria fazer uma coisa desta com os seus filhos idosos?? Ele não se mete nestas maldades praticadas uns contra os outros. Todos têm o seu livre arbítrio. E todos pagarão, mais cedo ou mais tarde, por toda a maldade praticada contra o seu semelhante, quando se tornam "pedra de tropeço", impedindo o seu caminhar para a frente...
    Almir Papalardo.

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  3. Parabéns Ivan...
    Você não está sendo injusto, mas injustiçado.
    Todos tem seu livre arbítrio, e pagarão mais tarde, talvez mais tarde que nossa vã filosofia possa calcular.
    Agora eu pergunto, qual a importância da vitória se eu não participar da festa?
    A mesma de eu ir para o paraíso e não ver os infames no inferno.

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  4. Amigo VSRocha: Confesso que não entendi bem as suas duas últimas frases? A única coisa que eu posso responder pelo que compreendi, é o seguinte: Se Deus me colocar no paraíso, não quero saber mais de nada, muito menos quem são os infames que eu quero ver no inferno, até porque não sou rancoroso ou vingativo.
    Almir Papalardo.

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    Respostas
    1. Tentando explicar.
      A vitória é de pouca valia para os mortos, vencer e participar da festa é o júbilo dos vitoriosos.
      Podem os vitoriosos vivos, homenagear os mortos nas batalhas, infelizmente eles não participaram da festa.
      Vingança é bíblica, olho por olho, dente por dente, mas não é vingança que queremos, queremos a REVANCHE e essa é lícita e digna.

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    2. Amigo, a vingança é bíblica somente no Velho Testamento, quando a humanidade começava a tomar vulto. Já no Novo Testamento, só existe o perdão, a caridade e o amor. Dizia Cristo: "Não devemos perdoar somente 07 vezes e sim, 70 X 07 vezes, Se alguém esbofetear-te uma das faces, oferece-lhe também a outra face". Eu não quero revanche alguma, e sim recuperar o que de mim foi tirado, ou seja, os meus direitos constitucionais. Se uma "Fada" tocar no espírito da Dilma a sua varinha de Condão e esta aprovar os nossos projetos perversamente ocultos na Câmara, sou capaz, sem demagogia, até de perdoar a nossa presidente. Almir Papalardo.

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  5. Eu, NUNCA.
    PERDOAR É DIVINO, EU NÃO SOU DEUS.
    Então jogamos fora o Velho testamento, e começaríamos a rasgar o novo.
    No velho testamento estão as raízes jurídicas do mundo, a justiça e suas penas.
    Embora os advogados tentem dizer que o primeiro código penal foi de Hamurabi, de certo, mas é no velho testamento pelo seu lado jurídico, no pentateuco e nos 7 mandamentos que os mesmos códigos foram copiados.
    Porque esse negócio de não terás outros deuses, não fazer imagens, e não tomar santos nomes em vão, são balelas que os homens impuseram nas verdadeiras tablas.
    Cristo perdoa assassinos, bandidos, pedófilos, estupradores, corruptos, e pouco me importa o que vem após minha morte. Eu simples, assim não perdoo nenhum do crimes acima.
    Só não pratico o olho por olho, porque não quero me submeter à justiça dos homens, a de deus não me importa.
    bom dia

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