José Manuel
Existem milhões de verdades,
mas duas são indeléveis, têm a garantia da constatação, e é só parar um pouco,
respirar e analisar com critério que veremos à nossa frente as duas verdades
que não podemos fugir.
A primeira, a que tudo é e
todos são o produto das suas escolhas.
Essa não dá para fugir, não dá
para esquecer, porque o resultado, mais tarde ou mais cedo chegará, para o bem
ou para o mal.
E foi o que aconteceu ontem,
26 de outubro de 2014, quando um país teve a real chance de se tornar um
expoente do futuro,mas retorna infelizmente à eterna baboseira que nós
ouvimos desde criancinhas, a de que o Brasil é o país do futuro.
Não é.
E mais uma vez isso ficou
provado ontem quando um povo equivalente a 30.137.179
(Trinta milhões, Cento e Trinta e Sete mil e Cento e Setenta e Nove cidadãos)
que clamam por mudanças urgentes deixam de ir às urnas para
fazer essa mudança, definitivamente não é sério.
Também deixam de ser sérios os
que optaram por brancos e nulos num total de 7. 141. 606 (Sete
Milhões, Cento e Quarenta e Um Mil, Seiscentos e Seis cidadãos).
O total de votos salvadores e
perdidos de uma nação, chega a inacreditáveis 37.279.085 (Trinta
e Sete Milhões Duzentos e Setenta e Nove Mil, e Oitenta e Cinco cidadãos)
ou, para ser mais claro, quase uma Argentina de votos perdidos.
E a escolha do país, foi pelo
continuísmo de tudo que sabemos que está errado com a nação.
Essa escolha, fatalmente se
traduzirá no futuro em uma recessão sem precedentes e provavelmente as
garantias individuais estarão comprometidas, pela simpatia exposta
intencionalmente a países comprovadamente fracassados por um socialismo
ultrapassado ou extremistas.
Então como a primeira verdade
é o produto das nossas escolhas, o nosso destino daqui para a frente é
imprevisível e muito aquém daquilo que tanto almejávamos como uma nação moderna
em todos os sentidos.
A segunda verdade é a dos
números, e não há como fugir deles, nem com toda a maquiagem do mundo. Os
índices da estatística pública que propositalmente não foram divulgados
antes da eleição, agora forçosamente terão que ser expostos e chegarão à tona
como um furacão, as piores coisas que não gostaríamos de ver, como produção, PIB,
exportação, miséria, analfabetismo, condição sócio-econômica e mais um rol
de números que nos trarão uma realidade que certamente não vamos gostar.
Hoje, por exemplo, menos de 24
horas após a eleição, o dólar já acusa uma alta de 2,95% estando cotado a R$
2,56, as ações da Petrobras em queda de 13% e o Banco do Brasil em queda de 8%.
São números e não há como
fugir dessa realidade.
Outra verdade ainda mais cruel
é a de que 88.320.240 de cidadãos, são contrários à
reeleita ou seja em números mais reais, quem não votou nela é 62,05
% maior do que a votação que ela obteve, ou 54.501.118 votos.
Isso são números e não se
discutem. Estão aí para serem verificados.
Afora essas duas verdades
inequívocas, existem contestações que necessitam ser estudadas com mais
profundidade por quem de direito.
Passaram pelas manifestações
de rua com todos os seus reclamos em 2013, incólumes,
passaram pelo mensalão com todas as vergonhas expostas, incólumes,
passaram pelos gastos exorbitantes, superfaturados e perda da Copa do
mundo, incólumes, acabaram de passar por um ainda maior
escândalo, do Petrolão, incólumes e ainda ganharam
novamente a presidência.
É um milagre de Deus?
Ou um fracasso de um povo?
Com relação aos participantes
do Aerus, gostaria de deixar aqui um pó mágico de
pirlimpimpim nestes dados tão funestos, algo para relaxar, pois não dependemos
mais desta ou daquela eleição deste ou daquele partido pois já temos duas
ações ganhas, uma tutela antecipada, já sentenciada com a chancela de um juiz
federal e em vias de termos a terceira fonte a nosso favor.
Assim que tivermos a
confirmação da terceira fonte, a Aprus, nossa representante
legal e jurídica está apta a negociar um acordo que nos trará de volta pelo menos
as perdas materiais a que ficamos sujeitos.
Os quase dois mil colegas
que ficaram pelo meio do caminho tortuoso pelo qual passamos, ficarão como
medalhas nos peitos emproados dos novos dirigentes do país, como aqueles
uniformes marxistas que tanto adoram.
Portanto, relaxem,
infelizmente o Brasil perderá mais alguns anos do seu futuro, nossos filhos,
netos, ainda podem mudar de país, mas nós, aqueles a quem eles fizeram todo o
mal possível e imaginário, estamos garantidos pela justiça.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 27-10-2014
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Texto fenomenal, Pai.
ResponderExcluirAcertou em tocar no cerne da questão.
A nação cingiu o próprio mármore à imagem e semelhança do mais hediondo aborto moral que podia conceber... e enquanto se refastelava com a magnitude da própria imoralidade, se permitia alargar um sorriso cruel, descabido, plenamente cônscio da totalidade da prepotência do seu ato de autodestruição.
Isso é terror. Justamente porque não é possível dar nome a esse tipo de coisa. Qualquer adjetivo é mera elucubração semântica. Algo nebuloso e esguio dessa maneira não se permite identificação, não se permite ter um nome que se possa banir, não se permite ter um rosto que se possa odiar.
E quando não temos uma concretude contra a qual lutar, não temos meios imediatos para impedir que essa abstração sem forma se alastre.
Isso é terror. Saber que o mal existe, e não ter armas para destruí-lo.
Que o país se vire com as próprias fundações que ergue para si. Não me importo que sejam de lama: ponderar sobre um amanhã para o Brasil, agora e doravante, seria enaltecer demais um povo com uma preocupação que este já não merece.
Adriano Costa