Luis Dufaur
No domingo, 21 de
setembro, dezenas de milhares de cidadãos russos participaram de uma passeata
no centro de Moscou, pela paz na Ucrânia e contra o papel do Kremlin na guerra
que abala o leste ucraniano, segundo informou o site francês 20minutes.fr.
O grande cortejo incluía
figuras da oposição, e muitos levavam bandeiras ucranianas enquanto bradavam
slogans como “Não à guerra na Ucrânia” e “Parem
com as mentiras de Putin”, constatou um jornalista da agência France
Press – AFP.
Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou contra a guerra na
Ucrânia e as mentiras de Putin
|
Tratou-se da primeira
manifestação maciça contra a guerra. Guerra essa que a mídia oficial nega que
Putin esteja conduzindo…
As fraudes da informação
oficial – única existente na Rússia, uma vez que a Internet acaba de perder a
sua liberdade – foram denunciadas na “Marcha pela Paz”.
Dela participaram “dezenas
de milhares” de pessoas segundo Sergueï Davidis, um dos
organizadores, e apenas 5.000 segundo a polícia.
“Estou persuadido de que
a guerra foi provocada por Putin”, desabafou Vladimir Kachitsine, 44,
que participou de cadeira de rodas. “Eu quero que Putin pare de se
meter nos assuntos internos da Ucrânia”, acrescentou.
“Putin significa a
guerra, ele é o chefe do partido da guerra”, defendeu o opositor Boris
Nemtsov.
“Ele retrocederá se vir
que somos numerosos, porque ele teme a seus próprios cidadãos, só o povo russo
pode barrar o caminho de Putin”, disse o antigo vice-primeiro ministro
de Boris Yeltsin, citado pela agência Reuters.
“Esta guerra é uma
loucura e um crime contra a Ucrânia, contra os habitantes do Donbass e contra
os russos”, sublinhou Igor Iasine, 34.
Os promotores da passeata
pediram às autoridades russas o fim da “política agressiva e
irresponsável” na Ucrânia, que, segundo eles, conduz a Rússia ao
isolamento, à desordem econômica e ao agravamento das “tendências
fascistas”. “Essa política já custou a vida de milhares de
ucranianos e de russos”, escreveram eles no Facebook.
A polícia de Moscou exibiu uma
intimidatória presença em torno do cortejo anti-Putin, de acordo com
jornalistas da Reuters.
Algumas dezenas de
simpatizantes do restaurador da “URSS 2.0” tentaram uma contramanifestação
simultânea em apoio à rebelião pró-russa, agitando bandeiras da “Nova Rússia” e
da “Republica Popular de Donetsk” separatista.
Em São Petersburgo, mais de
1.000 pessoas participaram de análoga “Marcha pela Paz”, a qual, entretanto,
foi proibida pelas autoridades.
Apesar do crescente mal-estar
da maioria da população pacífica da Rússia diante do número de seus soldados
mortos e feridos, as pesquisas – costumeiramente manipuladas pelo regime –
anunciaram que Putin atingiu recordes de popularidade desde o início da
repudiada guerra.
Acredite quem quiser, ou
puder...
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