Alberto José
Todos estavam no prejuízo,
pagaram durante anos e deixaram de receber o que havia sido contratado. Ninguém
sabia o que fazer. Chegou-se à conclusão que, para conquistar o que havia sido
“confiscado”, a luta seria árdua, seria como um rallye! Preparem os seus
carros, coloquem pneus off-road, a batalha vai ser dura e não tem dia e nem
hora para terminar!
O primeiro carro a cair na
estrada foi um veículo potente, super preparado para off-road, veterano bem-sucedido
de outras competições, tinha faróis super potentes para iluminar a estrada à
frente e tinha ainda o principal instrumento: o senso de orientação do piloto
Castagna Maia, muito mais confiável do que qualquer bússola ou GPS, que nessa
competição não funcionava pois os aparelhos recebiam interferência magnética do
governo, indicando sempre uma direção contrária.
O Castagna Maia abriu o
caminho como um trator, iluminava a mata em trevas, cortava e afastava os
obstáculos e marcava a trilha para que os outros trilheiros o seguissem. A
batalha era insana. E lá foi ele abrindo caminho. O seu esforço foi tão grande,
tão desgastante que o bravo piloto não resistiu. Ficou no meio do caminho.
Outros mais teriam o mesmo
destino de não chegar ao fim do percurso. Eram dias e noites de suplício, de
luta com os guinchos, correntes e outros acessórios para vencer a mata fechada,
a lama e os alagados. Precisavam também tomar cuidado com os animais
peçonhentos, que invadiam os acampamentos. Muitos pensavam em desistir! Felizmente
a coragem e a orientação do Castagna Maia servia de exemplo para que a luta
prosseguisse!
Na Montanha da Saúde, de
elevado grau de subida, muitos trilheiros não conseguiram chegar ao cume e
ficaram pelo caminho. As orientações pelo rádio eram confusas e sem precisão.
Na Montanha da Moral, muitos pilotos perdiam o controle e deixavam o veículo escorregar não conseguindo manter-se na estrada. Em alguns momentos, os trilheiros deixavam transparecer a raiva, a desconfiança e a decepção quando se acusavam mutuamente de terem passado à frente ou estarem seguindo pelo caminho errado! Muito sangue, suor e lágrimas para continuarem em busca do objetivo. Nos raros povoados onde se pedia ajuda às autoridades, a ajuda era negada ou as informações eram inverídicas.
Depois de muita luta, tanta
perda, tanta decepção, os trilheiros receberam a mensagem que a trilha está
perto do fim. Disseram que até o dia 28 eles vão encontrar uma estrada plana,
asfaltada, com toda a comodidade para que possam ter de volta o que lhes foi
confiscado!
Título e Texto: Alberto José, 20-10-2014
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Só temos mais combustível e o odômetro indica, até ao dia 28
ResponderExcluirDepois, caso não encontremos essa estrada, só nos resta continuar empurrando o nosso veículo todo aparelhado.
Porém a despeito de todas a dúvidas, vejo aquela miragem tremeluzente, ao longe como a que vemos ao longo de uma rodovia asfaltada nos dias de calor
Isso é um bom augúrio
José Manuel
Eu acredito que se algum imprevisto ocorrer, teremos que sair da estrada asfaltada e entrar na trilha. Já temos know how e equipamento para prosseguir desbravando o imprevisível porém, em respeito aqueles que se foram e, materialmente não poderão assistir ao fim da competição, eu acho que nós somos merecedores do chamado "descanso do guerreiro", principalmente você que foi um grande guerreiro nessa luta!
ExcluirAlberto José
Obrigado Alberto, mas você também me acompanhou muito naqueles momentos e não se esqueça disto, porque estou aqui para lembrá-lo.
ResponderExcluirMas também quero te dizer que o descanso haverá obviamente, mas a luta para mim só terminará quando eu souber como e quem foi que estuprou a Varig.
Portanto a luta continua
José Manuel
Pelo que ouvi até hoje, o japonês fez uma auditoria em todos os setores, levantou os "podres" de cada um, colocou todos os corruptos contra a parede e, a partir daí tomou posse da máquina!
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