José Manuel
Caso você queira mesmo saber
quem é ou onde está John Galt, sugiro que você tenha um encontro marcado em uma livraria,
com a escritora Russo-Americana Ayn Rand.
Só tem um pequeno problema,
ela, infelizmente, faleceu em março de 1982.
Mas em compensação, nessa
livraria você pode comprar a obra escrita por ela em 1957, ou seja, há 57 anos,
ano que provavelmente você nem era nascido.
Nesse ano longínquo ela
colocou em uma obra que até hoje é best-seller mundial composta de três volumes,
com o título original "Atlas Shrugger", ou
"A revolta de Atlas", em uma fiel tradução para o
nosso idioma, aquilo que você quer saber neste momento.
Quando você a encontrar, ela
vai lhe contar como é que 57 anos antes, escreveu exatamente o que iria
acontecer com o nosso país exatamente em 2016.
Fantástico? Premonição?
Não, absolutamente previsível
e só não viu quem realmente não quis, pois os fatos foram se sucedendo com uma
clareza indescritível aos olhos embaçados de uma parcela do povo.
Onde estavam os 88.320.240
cidadãos que não votaram nesse partido e que desde um ano antes
observavam tudo, e lamento ter que repetir:
“Passaram pelas manifestações
de rua com todos os seus reclamos em 2013, incólumes,
passaram pelo mensalão com todas as vergonhas expostas, incólumes,
passaram pelos gastos exorbitantes, superfaturados e perda da Copa do mundo, incólumes, acabaram
de passar por um ainda maior escândalo, do Petrolão, incólumes e
ainda ganharam novamente a presidência.
É um milagre de Deus?
Ou um fracasso de um povo?”
Considerado o livro mais
influente nos Estados Unidos depois da Bíblia, segundo a biblioteca do
congresso americano, a Revolta de Atlas é um romance
monumental.
A história se passa numa época
imprecisa, quando as forças políticas de esquerda estão no poder.
Ultimo baluarte do que ainda
resta do capitalismo num mundo infestado de republiquetas populares,
os Estados Unidos estão em decadência e sua economia caminha para o colapso,
algo muito semelhante ao que temos conhecimento.
Nesse cenário desolador em que
a intervenção estatal se sobrepõe a qualquer iniciativa privada de reerguer a
economia, os principais líderes da indústria, do empresariado, das ciências e
das artes começam a sumir sem deixar pistas.
Com medidas arbitrárias e leis
manipuladas, o Estado logo se apossa de suas propriedades e invenções, mas não
é capaz de manter a lucratividade de seus negócios.
A greve de cérebros, dos
verdadeiros empreendedores, motivada por um Estado improdutivo à beira da
ruína, vai cobrar um preço muito alto. E é o homem e toda a sociedade, quem irá
pagar por essa irresponsabilidade.
Na mitologia grega, o titã
Atlas recebe de Zeus o castigo eterno de carregar nos ombros o peso dos céus.
Neste clássico romance de Ayn Rand, os pensadores,
os inovadores e os indivíduos criativos suportam o peso de um mundo decadente,
enquanto são explorados por parasitas que não reconhecem o valor do trabalho e
da produtividade, mas que se valem da corrupção, da mediocridade e da
burocracia para impedir o progresso individual e da sociedade. Mas até quando
eles, os grandes e os pequenos empresários vão aguentar?
Basta dar uma olhada nas
páginas da história e ver o que ela nos conta ao longo dos séculos.
É sempre a mesma coisa, e se
serve de consolo a todos aqueles que estão em uma ressaca moral, a queda do
comunismo, Hitler, Mussolini e as suas quedas, após certo apogeu são
apenas detalhes de uma história que se repete e continuará se repetindo
enquanto existir humanidade.
É uma pena que tenhamos que
passar sempre como um moto-contínuo, por tragédias, para perceber o quanto
estávamos errados.
Espero que você goste da
escritora, e do que ela tem a lhe contar.
Título e Texto: José Manuel, 28-10-2014
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EU, tu, eles e provavelmente, todos nós.
ResponderExcluirHá alguma coisa de errado no mundo. Sempre houve. Alguma coisa a que ninguém jamais deu nome, que ninguém jamais explicou.
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".